Conheça o sabor das ervas aromáticas mais utilizadas

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Conheça o sabor das ervas aromáticas
Conheça o sabor das ervas aromáticas

A opção saudável para temperar a comida passa pelo sabor das ervas aromáticas, por isso fique a conhece-las melhor com a Mulher Portuguesa.

Todas sabemos que é necessário cortar com o consumo de sal na alimentação como forma de evitar diversos problemas de saúde.

Para que o seu paladar não sinta a diferença e para que o coração lhe agradeça, é altura de começar a temperar os alimentos com ervas aromáticas, e as opções são mais do que muitas.

E estas ervas têm ainda a vantagem de poder ser cultivadas no seu quintal ou num vaso na varanda, estando sempre disponíveis para os seus cozinhados.

O sabor das ervas aromáticas:

Alecrim ou rosmaninho

A sua origem remonta às praias do Mediterrâneo (o nome rosmarinus vem do latino que significa ‘o orvalho que vem do mar’, devido ao cheiro destas flores que crescem perto do mar).

É muito usado nos temperos de carnes de caça. É também muito usado para aromatizar os grelhados. Combina bem com aves e carnes brancas, carneiros, peixes, batatas, omeletes e molhos, carnes de caça, frutos do mar e pães.

Parece que o famoso ‘néctar dos deuses’ é o mel de alecrim. Não é indicado durante a gravidez e nem para epilépticos; em caso de overdose pode causar gastroenterites e/ou nefrites

Coentros

Esta erva tem a sua origem nas zonas temperadas da Ásia e do Sul da Europa. É uma planta muito comum no nosso país, sendo especialmente utilizada na gastronomia alentejana. É também conhecida por “salsa árabe ou chinesa”.

Louro

O loureiro ou louro tem origem no Sul da Europa e era a árvore consagrada ao deus Apolo, deus grego da profecia, poesia e cura. As sacerdotisas transmitiam as suas profecias após, entre outros rituais, comer uma folha de louro. Na antiguidade greco-romana era símbolo de glória, com as coroas feitas da erva.

Na Idade Média era usado para afastar os demónios, bruxas e raios. Uma superstição diz que quando morre um loureiro, ocorre um grande desastre. Deve ser utilizado em pequenas quantidades para molhos, sopas, feijão, marinadas de carnes, caldos de peixe, recheios, carnes de caça. Retirar a folha antes de servir, pois pode amargar a comida.

Coza juntamente com o leite para aromatizar cremes de leite e ovos e pudins de arroz. Muitas pessoas colocam folhas de louro nos frascos onde guardam a farinha ou o feijão impedindo assim que o bicho ataque estes produtos.

Cominhos

Foi do Turquistão que veio para a Europa esta planta cujas sementes têm um sabor levemente picante e acre. Na Europa de Leste é muito utilizada para dar sabor ao pão, sendo também usada na confeção de bolos. Os rojões à moda do Minho e as papas de sarrabulho não dispensam este condimento.

Rosmaninho

As folhas do rosmaninho tem um sabor muito picante, podendo ser usadas frescas ou secas. Esta planta que tem origem na bacia do Mediterrâneo, é usada no Norte da Europa para temperar assados e as carnes utilizadas nas salsichas. Entre nós é usada para temperar grelhados e estufados, aromatizando as marinadas.

Alho francês ou alho porro

Na Bíblia já era mencionado. Originário da Europa, é cultivado em todo mundo. Pode substituir o alho em qualquer receita e dá um excelente caldo para sopa, além de temperar massas de pães mais suavemente que o alho.

Está contra-indicado a quem padece de úlceras gastroduodenais, gastrite e fraqueza estomacal; é inconveniente às mães que amamentam porque impregna o leite e pode causar cólicas nos bebés.

Alfazema

Desde há muito conhecida e utilizada pela Humanidade. Foi baptizada como nardus pelos gregos, por causa de Naarda, cidade síria à beira do rio Eufrates. Conta-se que a peste não chegava aos fabricantes de luva de Grasse pois eles usavam a alfazema para perfumar o couro, o que levou as pessoas da época a andar sempre com alfazema.

Durante as duas Grandes Guerras, a alfazema foi utilizada para limpar os ferimentos. Em culinária é usada para aromatizar compotas.

Manjericão

É a erva das fábulas. Na Idade Média acreditava-se que um ramo de manjericão num recipiente espantava os escorpiões. Oriundo da Índia, o manjericão é venerado como planta imbuída de essência divina (consagrada a Krishna e Vishnu), por isso os indianos fazem sobre a erva os juramentos em tribunal; além disso é colocada no peito dos mortos para servir de passaporte para o paraíso.

Encontrou-se manjericão em redor do túmulo de Cristo depois da ressurreição, por isso algumas igrejas ortodoxas usam-no para preparar a água benta e colocam recipientes com a planta debaixo dos altares. Em Creta, o manjericão simbolizava o amor banhado com lágrimas e na Itália é usado como prova de amor.

No Haiti acompanha a deusa pagã do amor, Erzulie, como uma poderosa proteção e as camponesas mexicanas muitas vezes trazem-no no bolso para atraírem o olhar de algum eventual apaixonado.

Erva doce

Já era cultivada pelos egípcios em 1500 a.C. para alimento, bebida e remédio e era também cultivada no México. É muito utilizada sob a forma de sementes para temperar biscoitos, pães e bolos. Fica também muito bem em bolos de frutas, maçãs assadas e caldas de doces.

As sementes também temperam e dão aroma às carnes, linguiças na grelha, e chouriços. As suas folhas dão um toque especial às saladas e ao feijão branco. Os europeus costumam por um galhinho com folhas nos pickles e conservas. As sementes maceradas lentamente na aguardente fazem o licor anisete.

Hortelã

Boa para molhos, saladas e carnes. A geleia de hortelã acompanha carne ou costeleta, carneiros assados. As ervilhas devem ser condimentadas com hortelã. Deixada em maceração com vinagre dá um toque especial a saladas e assados. Pode ser acrescentada a ovos mexidos e omeletes.

Muitos portugueses não a dispensam na famosa canja de galinha. Não deve ser consumida em grande quantidade por crianças e lactantes, pois pode causar dispneia e asfixia.

As mentas não devem ser consumidas em grandes quantidades por longos períodos de tempo, pois a pulegona contida na planta exerce acção paralisante sobre o bulbo raquidiano.

As folhas são usadas em acompanhamento de legumes e para o recheio de aves. O peixe fica delicioso se deixado a descansar num molho de limão, manjericão, cebolas e salsa. Tempera bem carnes assadas. É usado no molho pesto e para aromatizar vinagres. Deve ser adicionado no último minuto a pratos cozinhados. No caldo de verduras, dá mais sabor e força às sopas e carnes.

Orégãos

Considerado pelos antigos romanos como símbolo da paz e da felicidade, é originário do Mediterrâneo Oriental e da Ásia. É usado em molhos de tomate, pizza e saladas de tomate. Para aromatizar os churrascos, deite alguns caules de orégão nas brasas. Esfregar nas carnes para assar antes de as cozinhar dá-lhes um sabor muito especial.

Poejo

Alguns povos da Antiguidade usavam o poejo para confeccionar coroas empregados em cerimonias religiosas. Os antigos chineses também já faziam referências às suas virtudes calmantes e anti-espasmódicas.

Tempera saladas de frutas e verduras, aromatiza sumos e algumas bebidas. Faz excelentes chás refrescantes de Verão e também é usado nos molhos de mentas para acompanhar carnes de carneiro e ovelha.

Como as demais mentas, o poejo não deve ser consumido em grandes quantidades, pois a pulegona contida na planta pode exercer acção paralisante sobre o bulbo raquidiano. É indispensável na açorda de alho alentejana.

Salsa

As propriedades medicinais da salsa são conhecidas há mais de 3000 anos. Egípcios e gregos o apreciavam pelo sabor suave e calmante. É um bom edulcorante (corretivo de sabor) em preparados farmacêuticos e de confeitaria. Acompanha muitos pratos como enfeite.

Salva

Para os romanos era a erva sagrada, cuja colheita era cercada de rituais. A crendice popular dá conta de que é uma das ervas das feiticeiras, já que protege contra feitiços. Dormir com folhas de sálvia sob o travesseiro torna os sonhos realidade.

É usada para rechear aves, misturada com cebola e deve ser acompanhamento na confecção de carnes gordas (porco, pato e salsichas). Faz-se um bom vinagre aromatizado e manteiga de ervas.

Segurelha

Uma das ervas aromáticas mais antigas da Humanidade, de origem mediterrânea e norte da África. Foi espalhada pelo mundo pelos romanos através das legiões de César.

As folhas secas são usadas para temperar truta e outros peixes oleosos, e fresca ajuda a digerir bem as leguminosas (excelente com feijões e ervilhas).

Tomilho

Para os gregos o tomilho constituía um símbolo de graça e elegância e na Roma antiga, era usado como símbolo de valor e os soldados banhavam-se com ele para adquirir coragem. Na Idade Média, as damas europeias bordavam ramos de tomilho que ofereciam aos seus cavaleiros andantes.

Aromatiza carnes e guisados, tempera alimentos cozidos com vinho, patés, molhos e pães. Ajuda a fazer digestão de comidas gordurosas. Vai bem com peixe e frango, usada moderadamente.

Salienta o sabor da manteiga e tempera bem queijos. Excelente para molhos que acompanhem cenouras, beterrabas ou nabos é também óptimo tempero para carnes, principalmente as mais gordurosas, pois ajuda a fazer a digestão; dá sabor especial à caldos, sopas e marinadas.

Depois desta extensiva lista, já só resta mesmo entrar na cozinha e dar largas à sua imaginação.

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