Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades
Dia 10 de Junho é a consagração dos homens e do poeta, da pátria e do povo, da nossa cultura e tradição, que se espera continuar a ser enaltecida por extensos anos.
Celebra-se hoje o dia da pátria, do nosso grande e eterno poeta Luis Vaz de Camões e dos portugueses, que por esses recantos de todo um mundo dignificam e não esquecem a sua cultura. Dia 10 de Junho é a consagração dos homens e do poeta, da pátria e do povo, da nossa cultura e tradição, que se espera continuar a ser enaltecida por extensos anos.
O português faz parte de um povo, de uma cultura e de uma componente de tradição, que tenta manter bem acesas as suas marcas de glória e de identidade nacional. A mulher e o homem português nutrem por si mesmos, orgulho de serem descendentes de um povo conquistador e aventureiro, que delimitou rotas e rasgou mares em busca do tesouro da glória. Essa é a saudade mais nobre e invocada do povo português.
Todos, sem distinção alguma, vivemos numa comunidade livre, herdeira de trunfos e de desilusões, fantasiadora de histórias e criadora de realidades, e única responsável pelo seu próprio destino. Detentora de um lugar físico e geográfico, repleto de histórias, de vontades e de soberanias, a pátria é o local onde se reflecte a identidade e a língua de um povo. E é assim que nós somos, ou pelo menos, que o tentamos ser.
A pátria não é só a exposição destas palavras espelhadas no nosso rosto. A pátria foi também a musa mais evidente do grande poeta Luis Vaz de Camões, que sobre ela e sempre para ela, escreveu. “As armas e os barões assinalados, que sobre a ocidental praia lusitâna(…)” é o início inesquecível do primeiro dos X Cantos da obra dos Lusíadas, escrita por o homem cuja naturalidade não é ainda totalmente credível.
Camões, o eterno poeta português, é um marco da nossa cultura e nas palavras de seus versos, nos retratamos forçosamente com todo o espírito de um povo, que ele tão bem soube decifrar pormenorizadamente. Camões falou do fracasso, do mar e ódio, do mito, da ilusão e do sonho, de um real glorioso e de todas as interrogações do povo português.
Camões foi o poeta e homem que viajou pelo mundo, tornando-se o poeta português que era também o “cantador de poesia” de toda a humanidade. A sua mensagem correu mundo e hoje, séculos volvidos após a sua partida, a obra de Camões continua actual no nosso tempo e quotidiano. Talvez porque ele não tenha escrito a sua visão pessoal, mas as arestas e os orgulhos vincados na alma de um povo para todo o sempre.
A esta noções de pátria portuguesa e Camões está implicito o conceito de comunidade, e a obrigação de mantermos a coesão entre o nosso povo onde quer que as restantes pessoas se encontrem. Abstraídos de qualquer rivalidade ou presunção ridícula, compete a toda a comunidade prosseguir com o projecto de união e de equilíbrio entre todos, privilegiando a solidariedade e os valores morais, tal como os sociais.
A fidelidade às tradições e à cultura é importante, mas o nosso horizonte deve ser sempre o do progresso. Os avanços na educação, nas artes, economia, comércio e indústria são imprescindíveis, mas a conservação do meio ambiente, das mais antigas raízes da nossa tradição e da identidade colectiva de todo um leque de pessoas que a dignificaram, não pode ser jogada à indiferença do passar dos anos.
Por esta vasta imagem de simbolismo histórico e cultural, enaltecemos portanto o nosso dia, o dia da nossa pátria, do nosso eterno Camões e de todo um conjunto de pessoas que, tal como nós, procuram a essência equilibrada da alma saudosista do passado com os olhos direccionados para o futuro. E viva Portugal.