Sexta-feira Santa – O Julgamento de Cristo

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Sexta-feira Santa - O Julgamento de Cristo
Sexta-feira Santa - O Julgamento de Cristo

Sexta-feira Santa – O Julgamento de Cristo

Sexta-feira Santa

Jesus Cristo foi julgado pelos hebreus com a conivência dos romanos, acusado do crime de blasfémia por se intitular como Filho de Deus. Este julgamento decorreu a 7 de Abril, e Cristo foi condenado a morrer pregado numa cruz no Gólgota, no Monte das Oliveiras, juntamente com dois homens acusados de roubo com violência.

Sabendo que iria morrer, Cristo reuniu os seus discípulos na que viria a ser conhecida como A Última Ceia, como celebração da Páscoa hebraica e onde o ritual habitual da mesa viria a ser para sempre modificado. Os rituais do vinho e do pão, passam a ser substituídos pelo sacramento da Eucaristia. Cristo dá a beber o “sangue do seu sangue” e a comer o seu “corpo”. Nesta cerimónia, descreve a sua morte como o sacrifício pascal, em que se torna o cordeiro de Deus.

Após a ceia, Cristo lavou os pés aos apóstolos e assistiu com eles aos cânticos religiosos, após o que se dirigiram para o Jardim de Getsémi, fora das muralhas de Jerusalém, onde rezaram durante cerca de duas horas.

Por volta da meia-noite foi efectuada a prisão de Cristo, que foi então levado à presença do ex-Sumo Sacerdote Anás, já na madrugada de sexta-feira. Anás terá mandado Cristo para o Sumo Sacerdote Caifás, ao que se seguiu o julgamento perante o Sinédrio, o conselho supremo dos judeus, composto por 22 magistrados, que acabaram por condenar Cristo, numa discussão que parece ter durado parte da manhã.

Após a condenação, foi levado a Pilatos, que não o considerou como culpado e pretendeu transferir a condenação para Herodes, a autoridade máxima dos romanos, mas que não se encontrava na região. Pilatos ainda tentou a absolvição, ao dar a escolher entre Cristo e Barrabás, mas a multidão preferiu soltar o último.

Cristo foi então encaminhado pela Via Dolorosa até ao Monte das Oliveiras, uma distância de sete quilómetros em que foi flagelado para cima de 200 vezes, e pela hora sexta, 13 horas actuais, Jesus Cristo foi levantado na cruz, no Monte do Calvário.

Em Portugal, diversos são os costumes que acompanham a celebração da Sexta-feira Santa, quase todos de cariz sombrio. As igrejas são visitadas nesse dia ou são os párocos que visitam as famílias, em algumas aldeias.

Em Paúl, na Beira Baixa, decorre a procissão dos penitentes. Trata-se de uma encomendação das almas, que se realiza há mais de 400 anos à margem da igreja católica. O grupo da procissão é constituído por 15 jovens solteiros, que descalços, excepto um, seguem pelas ruas da aldeia, em silêncio absoluto e sem olhar para lado nenhum. Cobrem o corpo com lençóis brancos e levam na cabeça uma coroa de silvas. A procissão sai depois da meia-noite, em completa escuridão e cada um deles transporta um objecto que lembra o martírio de Cristo. Um dos penitentes flagela-se 3 vezes em cada estação. O único que se encontra calçado, puxa uma relha de arado atada à perna direita: é o pecador que arrasta os pecados.

Noutras aldeias do norte do país, são as mulheres que saem em procissão, cantando pelas ruas da aldeia, iluminadas por velas, a “encomendar as almas”.

Na sexta-feira santa é também uso o banho em águas corrente para a prevenção de epidemias e cura dos males de pele, tendo como simbolismo a água como fonte da vida e sua origem.

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