Palavras de Pablo Picasso… Os touros são anjos que levam cornos

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Palavras de Pablo Picasso... Os touros são anjos que levam cornos
Palavras de Pablo Picasso... Os touros são anjos que levam cornos

Palavras de Pablo Picasso… Os touros são anjos que levam cornos

Os touros são anjos que levam cornos

Não perca esta viagem pela arte de tourear, através desta exposição na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, até ao dia 26 de Março.

Na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, perto das Amoreiras, encontra-se patente a exposição temporária de Picasso, até ao dia 26 de Março, em homenagem ao Toureiro. Para todos os admiradores de Picasso e aficionados das lides tauromáquicas esta é, sem dúvida, uma viagem quase real ao palco das arenas…

Picasso, é uma das referências na arte da pintura do século XX. Nascido em Málaga em 1881, cerca de 13 anos depois, dá ínicio ao seu trabalho sob a orientação do pai. A sua primeira exposição é realizada em 1897, após ser inserido no grupo boémio de Barcelona.

Mas hoje, a exposição de que lhe pretendemos falar, é sobre touradas: é possivel encontrar cerâmica, desenhos, projectos de praças de touros, o livro Toros y Toreros, datado de 1959, de Luis Miguel Dominguín, com comentários de Georges Boudaille, sendo a capa, contracapa, as gravuras e os desenhos de Picasso.

Nas peças de cerâmica destaca-se, a cerâmica majólica, esmaltada e pintada, na qual se inscrevem animais, rostos, um touro, uma tourada, entre outros. De uma beleza igualmente de destaque, é a série taurina de 8 pratos, em barro com várias incisões. A arte de tourear está quase que fotografada na perfeição, traduzindo a aventura humana. Nesta série, o matador está de espada levantada em direcção ao touro e uma charrua, já noutro prato, arrasta-o para fora da praça. O risco da morte, em função do prazer concebido ao público. A luta com o touro, através do combate.

Ao nível dos desenhos e da pintura, o desenho de um touro com quatro orelhas, desperta a atenção dos visitantes desta exposição. Outro exemplo de originalidade é o do busto de um touro, com asas, pintado a tinta da china.

As alusões à sua companheira, Jacqueline, fazem-se sentir intensamente. O seu rosto é retratado, por exemplo na chapa e pintado a carvão. A homenagem a Dominguín, é outra presença marcante nos seus quadros e obras. De 1962, data o projecto da praça de touros coberta a realizar em Madrid, desde o seu corte longitudinal, à vista de cima ou ao seu aspecto exterior.

A genialidade destas verdadeiras obras de arte é algo, fascinante. Picasso mistura a força e a mística da tauromaquia, com o frágil do papel ou das peças de barro. Em quase todas as suas peças, está a alusão à tradição, ao espectáculo. Picasso foi um inconformado, um solitário, que chegou a romper com a sua própria moral. Traduziu a realidade que cada um trás dentro de si mesmo, por isso lhe chamaram de rebelde.

Pintor e aficionado dos touros, Picasso oferece um enorme contributo, a todas as pessoas que seguem de perto a sua vasta obra. Os suportes da sua produção encaixam-se naquilo que muitas das vezes, a sociedade renega: a modelo nua exibindo as suas formas, a arena, o cavalo e o matador, o horror da sua morte, a magia do circo e, a sua família de trapezistas, palhaços e saltibancos.

“Deixem-me só!”, diz o matador, para os bandarilheiros no centro da praça. Em plena arena, o toureiro está isolado, perante a visão concentrada da multidão. A solidão eleva-se mais do que nunca e, é esta sensação que fez Picasso apaixonar-se pelo toureiro. Solitário, o matador, é o espelho deste pintor inconformado, que rompeu com a estética habitual do nosso século.

Não perca esta viagem pela arte de tourear, através desta exposição na Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva, até ao dia 26 de Março. Descubra o contributo à tourada, através de um mestre da pintura, falecido em 1973… Pablo Ruiz Picasso.

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