Venturas e Aventuras da Família de um Marinheiro

1402
Venturas e Aventuras da Familia de um Marinheiro

A literatura portuguesa tem muito poucos relatos no feminino acerca dos sentimentos de quem se remete para a espera. Mas mais raro ainda são as versões das mulheres que acompanharam as aventuras marítimas. Venturas e Aventuras da Familia de um Marinheiro

Descobrimentos, pesca, aventuras marítimas estão no sangue dos portugueses. Heróis que deixam para trás a família em nome da pátria ou de façanhas para recordar.

E elas, as que ficam em terra, esperando pelos elementos masculinos da família, levados nas ondas?

A literatura portuguesa tem muito poucos relatos no feminino acerca dos sentimentos de quem se remete para a espera. Mas mais raro ainda são as versões das mulheres que acompanharam as aventuras marítimas.

Maria Cristina Malhão Pereira é uma dessas mulheres que deixou a estabilidade do lar pelos balanços de um navio, para acompanhar o marido, comandante de uma das mais emblemáticas embarcações portuguesas, a Sagres, o amor falou mais forte, e Maria Cristina Malhão escolheu seguir o destino do marido, intimamente ligado à Sagres, desde o namoro, enquanto cadete no Sagres I, à chamada para comandar o navio-escola no ano do noivado, 1968.

Com o mar nas veias e o amor à flor da pele, Maria Cristina não quis ficar em terra e em 1968 deu início a um périplo que a levaria a seguir as viagens do Sagres.

E daí a ideia de manter um diário, quase de bordo, acerca das aventuras e situações porque passou, sózinha e depois com os filhos, também eles não negando a herança marítima.

Numa pequena conversa com a Mulher Portuguesa, na cerimónia de lançamento do livro, o orgulho e ao mesmo tempo o embaraço de quem nunca se viu nestas andanças de letras, que nada se assemelham às do convés de um navio, Maria Cristina Malhão conta como começou a ideia do livro: “durante as viagens fiz um diário, para me lembrar, com mapas dos locais. Isto é um relato absolutamente verdadeiro do que passei. Claro que cada pessoa tem a sua verdade e outra pessoa que tenha assistido ao mesmo evento terá outra versão”.

 

Com a simplicidade que a caracteriza, considera este livro “algo de muito simples, sem nada de grandes ideias culturais, como falo é como escrevo”.

Ainda sem qualquer ideia acerca da aceitação do livro pelo público português, considera que “é muito difícil escrever em Portugal porque as pessoas lêem muito pouco. Há muitas ideias preconcebidas de que os livros têm de ser coisas muito complicadas, elaboradas e este livro não é nada disso, é muito simples”.

O trabalho, dedica-o à família, com um espaço muito especial para o marido, a quem “só o queria a ele para companheiro de todas as horas”.

Uma edição da Europa América para ler nestas férias, e sonhar com aventuras reais.

Classificação
A sua opinião
[Total: 0 Média: 0]