O tema central das reflexões de Sócrates eram os valores morais, e sua “técnica terapêutica” consistia em perguntas (Maiêutica) as quais pretendiam levar os seus discípulos à reflexão sobre si mesmos, para que pudessem ser conduzidos à perfeição.
Eis a origem de uma técnica ainda utilizada por terapeutas e coachings nos dias de hoje. Contudo, o foco de Sócrates estava no autodomínio, onde a maior vitória estaria em vencer a si mesmo, a partir do uso adequado da inteligência, com a qual se domina a si mesmo.
Vejamos, para vencermos um jogo ou um adversário, necessitamos conhece-los. Neste sentido, tanto na filosofia budista quanto na psicologia junguiana, este domínio refere-se às paixões humanas, às paixões do ego, carregado de valores ausentes ou distorcidos (contrários aos virtuosos) e os quais não são sustentáveis e acabam por conduzir a infelicidade, a uma vida insípida, sem sabor.
Um bom exemplo disso é retratado por José Saramago, em Ensaio sobre a cegueira, apontando para a insustentabilidade dos valores que ainda permeiam o viver humano. Se não leu o livro, ou não assistiu ao filme, vale a pena, ou ainda, releia ou reveja.
É por este motivo que é de extrema importância, quando se busca uma vida mais feliz, com mais alegrias e menos dor, mais focada nas belezas da vida e menos nas suas agruras. Por isso, é tão importante este processo de autoconhecimento. De nada adianta nos curarmos de uma doença ou estado de desequilíbrio se não curarmos a raiz deles e, a raiz está nos nossos padrões os quais envolvem três aspectos: os sentimentos, os pensamentos e as palavras.
Portanto, curar pela raiz significa substituir aspectos distorcidos por sentimentos, pensamentos e palavras sustentáveis. E, para que essa substituição ocorra, é necessário que focalizemos nossa atenção sobre eles.
Neste sentido, a tarefa que deixo a vocês é: auto-observação. Este é o caminho para que possamos perceber em nós, sentimentos, pensamentos e palavras os quais não nos conduzem a uma felicidade plena e sustentável.
A Maiêutica de Sócrates buscava a autorreflexão, o “conhecer a si mesmo” como caminho para o bem e para as virtudes, os quais são a base para esta felicidade sustentável. Esse é o primeiro passo.
Tenho certeza que sempre podemos melhorar para que a vida possa ser degustada, para que possamos sentir o seu verdadeiro sabor.
Vale lembrar que sabor, vem do latim sapere, que também significa conhecimento, inteligência, compreensão. É por isso que os críticos de alimentos e bebidas necessitam conhecer para poder apreciar. Mas a maior parte de nós apenas come ou bebe de maneira instintiva, muitas vezes ludibriados pela rotina ou estresses cotidianos. E, então, erdemos estas pequenas alegrias.
Assim é com a vida. Necessitamos conhecer a nós mesmos para que a vida possa ser degustada em sua plenitude. Dê este primeiro passo!
Para conhecer mais:
www.felicidadesustentavel.com
Dra. Ivana Ribeiro