A consoada portuguesa é rica no aspecto gastronómico, mas uma das coisas que não falta na mesa são as filhoses portuguesas, um doce típico e tradicional da época natalicia.
Filhoses portuguesas – variedade de nomes, formas e de sabores
Filhós, filhoses, coscorões ou coscuréis, são alguns dos nomes atribuídos a este doce, um dos mais marcantes e significativos de Portugal.
Não há quem não guarde recordações do serão da Consoada passado na frente ao fogão ou lareira (para os mais afortunados nestas coisas de costumes) a tender e fritar as filhoses, cuja massa levedava desde manhã cedo.
Mesmo com algumas dúvidas relativamente ao termo correcto, aceita-se como certas as palavras filhó, filhós e filhoses como um plural popular deste doce.
A tradição de oferecer filhoses
Era a oferta dada aos rapazes que cantavam pelas casas após a missa do galo, acompanhadas de vinho do Porto ou outro para ‘aquecer a alma e dessedentar a garganta’. Outras ofertas consistiam em nozes, ovos, chouriços, milho, figos secos ou torrados e outras especialidades.
Do norte ao sul do país mudam os ingredientes e a expressão de como são conhecidas, mas o sabor natalício que emprestam às nossas vidas nunca serão perdidos. E mesmo no Brasil este costume está enraizado, comendo-se as filhoses no Carnaval (à semelhança do que acontece em algumas regiões do Alentejo como Mora), em forma de sonhos e embebidas em mel de rapadura.
Fazemos viagem à descoberta destes fritos tradicionais que se saboreiam no Natal com nomes singulares e variados, como coscuréis, tendidas, fintas, borrachões, judias, malassadas, assim como as formas que tomam de flores, orelhas humanas, tiras torcidas etc.
Filhoses de abóbora, rápidas, estendidas e enroladas
Desde as filhoses de abóbora até às filhoses estendidas, quer demorem mais tempo a a amassar e a levedar quer sejam filhoses rápidas, em comum têm os ingredientes, serem fritas e adoçadas com açúcar ou mel. E a abundância tem de reinar para que estejam presentes na mesa até ao dia de Reis.
Se nas filhoses da Beira Baixa surge o açúcar e canela para serem pulverizadas e depois servidas com calda de açúcar, já nas filhoses da Beira Litoral passam-se logo as filhoses, uma a uma pela calda de água e açúcar.
Para as filhoses estendidas, o segredo está na levedura da massa em serem bem estendidas, enquanto nas filhoses judias alentejanas, saber enrolar a filhós e o mel marcam a diferença.
Descubra todas as receitas de filhoses e experimente este Natal a receita da sua região. Não deixe esquecer esta tradição. Se conhece outras receitas que não constam neste levantamento não deixe de nos contar.