Discutir a globalização, o desenvolvimento e novas parcerias de negócios são alguns dos temas propostos para o XI Congresso IberoAmericano, que este ano decorre em Portugal, até ao próximo dia 20 de Maio, no Hotel Palácio, no Estoril.
Congresso IberoAmericano das Mulheres Empresárias
Reunidas estão dezenas de mulheres empresárias de países iberoamericanos, e pela primeira vez na história do Congresso, estão também representados países africanos de língua oficial portuguesa, “devido à multicultariedade de formas facilitadoras da comunicação”, como referiu na sessão de abertura a Dr.ª Ana Bela Pereira da Silva, presidente da Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias.
“Temos de estar atentas e informadas e fazer uma gestão que nos permita ajustarmo-nos e adaptarmo-nos às novas formas de fazer negócio que as tecnologias de comunicação e informação permitem, de forma a vencer as tradicionais barreiras da distância” referiu a presidente, acrescentando que “redefinir estratégias e potenciais é um desafio que se coloca hoje às PMEs, com o uso de Internet, comunicações móveis, videoconferências, etc. que representam um desafio à capacidade de empreender, refazendo um desafio às formas tradicionais de gerir empresas”.
A presidente da Associação, que em parceria com a Federação Ibero-Americana de Mulheres Empresárias (FIDE) promove este congresso, alertou ainda para “a necessidade do ressurgimento da Ética Empresarial e do papel social das empresas. A grande vantagem competitiva das empresas no próximo milénio, para além das competências técnicas e tecnológicas, vão ser as pessoas: os seus recursos humanos, o seu capital humano.
Este novo milénio vai ser um tempo de inovação e criatividade constante, um tempo de ritmo acelerado que obrigatoriamente nos vai submergir de informação. O poder vai ser a gestão da informação porque esta pode gerar o conhecimento e a gestão do conhecimento é que vai representar o Poder. Mas as mulheres continuam afastadas do poder político e económico”.
Na sessão de abertura esteve também presente a Dr.ª Carme Servitje i Mauri, Presidente da FIDE, com um discurso comovido, especialmente ao focar a importância das Associações de Mulheres, e que dissertou acerca das redes de relações, da globalização e internacionalização e do poder das tecnologias de comunicação “uma combinação que deveria multiplicar os compromissos locais e internacionais e reforçar os laços de amizade.
Em representação do Ministro da Economia e da Ministra da Igualdade, uma das faltas mais notórias deste congresso, esteve o Secretário de estado Adjunto da Economia, Dr. Vítor Ramalho, que focou a importância da mulher como factor de sustentabilidade do país nas épocas mais difíceis citando uma poetisa do nosso tempo “Não temos pátria, mas temos uma mátria, o que diz tudo sobre o sentido da nossa cultura”.
No segundo painel do dia, “Globalização, Internacionalização e Blocos Estratégicos” uma nota interessante esteve a cargo do Dr. Robert Bentley, consultor internacional, nos EUA e director da S.T.D.A., num resumo que fez acerca da importância da globalização não apenas empregado nos negócios mas também aplicado a coisas bem mais simples, como a educação das mulheres nos países mais pobres, “uma vez que uma mulher com educação significa que vai ter menos filhos, para se dedicar mais à educação dos que tem, e que se reflecte também no ambiente, porque quando cozinha a lenha, ao procurar este combustível está a contribuir para a desflorestação, mas uma mulher com educação tem diferentes valores e objectivos e procura formas diferentes para melhorar o seu dia a dia”.
Durante estes dias, muitos outros temas vão estar em debate, e no final a Mulher Portuguesa promete um resumo alargado das acções que vão trazer a Portugal muitas e novas ideias acerca de negócios no feminino.