Ao longo dos séculos a arte em Portugal sempre fez parte do nosso universo. Artistas estrangeiros e portugueses invadiam o território, mas o talento dos artistas nacionais continua ainda timidamente em voga…
A arte é uma forma de expressão como outra qualquer. A arte é a comunicação dos sentimentos, de estados de espíritos e de alma, que através da forma e conteúdo se inscrevem eternamente no tempo. Em Portugal, a arte sempre penetrou abundantemente pela via dos artistas nacionais e dos estrangeiros, que encheram o país de verdadeiras obras primas.
A pintura foi uma das formas de arte à qual sempre se recorreu. Desde as décadas de 50 que a pintura adoptou um novo modelo de inspiração: a mulher. A figura feminina é enaltecida nas suas formas e nos seus sentimentos, através de traços também eles representativos do romper da vaga feminista que inundava a atmosfera. A mulher alcançava então um papel de destaque, nem que fosse apenas sobre uma tela.
Os artistas sempre se preocuparam com os laços do corpo com a natureza. O fator humano misturava-se numa essência de pureza e de liberdade, em que o corpo se inscrevia em cenários de beleza paradisíaca. As experiências deambulatórias da mente estendiam-se a passos largos pelos estreitos caminhos da arte, em fusão com o corpo e a natureza.
As artes plásticas funcionam igualmente, e tal como a pintura, numa via de comunicação entre o artista e o mundo. O molde adquire a forma que se pretende, com cortes certeiros e ligeiros em que a mensagem é passada pela forma e pela totalidade do conteúdo visível da criação em si mesma. As formas naturais e a transfiguração propositada do corpo são utilizadas extensivamente, para contemplação do olhar do ser humano.
As visões dos objetos, formas e moldes assume diferentes interpretações por parte das pessoas que as visualizam. A conotação diferenciada e as leituras distintas conferem à obra de arte o verdadeiro simbolismo da sua essência. A escultura assume assim um papel importante na renovação das artes em Portugal, através do brilho do corpo nú e da simplicidade das linhas que definem o corpo.
Para além da pintura ou escultura, uma referência obrigatória é a evolução do gosto da fotografia em Portugal. As imagens isentas de falsidade, a cores ou a preto e branco, e a determinação de uma objectiva para dar a conhecer uma visão que a câmara promove. O conteúdo implícito no rosto, no olhar, numa paisagem ou num objecto torna a leitura da imagem como um verdadeiro mistério. No fundo, a fotografia é o registo do momento no tempo, sem desfigurações ou pormenores acrescidos.
O meio artístico em Portugal consagra já muitos nomes de referência. Paula Rego, Rui Chafes, Miguel Ângelo Rocha ou Patrícia Garrido são apenas alguns dos nomes obrigatórios no palco da arte portuguesa. Infelizmente, em Portugal a arte não tem o devido e merecido valor. As pessoas ainda continuam a ficar-se pela contemplação sem apostarem muito no seu verdadeiro valor. Este problema deve-se principalmente à falta de filtração da informação, necessária para que a arte prolifere por todos os recantos nacionais e internacionais.
Visite uma exposição ou uma galeria, parta em busca de novas imagens, de linhas e recortes, figuras e moldes. Apaixone-se intensamente por duas das coisas que lhe podem dar muito prazer: a contemplação e a imaginação. Apaixone-se de vez pela arte em Portugal e descobrirá um outro mundo…