Crónica: Sacerdotes e Freiras pecaminosos

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Crónica da Mulher Portuguesa
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Sim, foi exatamente o que leu! Poderia ser o nome de um filme, talvez o seguidor do ‘Instinto Fatal’ ou do ‘Nove Semanas e Meia’, mas a realidade nada tem a ver com os jogos de prazer que neles assistimos com os sacerdotes e as freiras.

A realidade pecaminosa da Igreja é bem negra, tão negra como os casos que todos os dias saltam à vista do comum cidadão acerca de violações. As violações chegaram também ao mundo da fé, do pecado, do pudor disfarçado e da pseudo castidade.

Sacerdotes e Freiras

Desde o início dos anos 90 que são conhecidos casos de padres que violam as freiras. Fazem-no porque, imagine-se, têm receio de ir às prostitutas e serem contaminados com Sida. Mas, não era a igreja, ou será que isto aconteceu em outra encarnação minha, que tanto condenava o pecado da carne? O sexo antes do casamento? Então e o aborto?

Os casos de abusos sexuais são cada vez mais frequentes. As freiras têm estado a ser vítimas dos mais variados abusos sexuais, e muitas delas já chegaram mesmo a ter que fazer abortos.

Será a Igreja uma casa de valores morais sagrados ou a sociedade limita-se a imitá-la? Então de quem será o pecado, de nós ou deles? De facto, este tipo de situações é mais uma nódoa negra para a roupagem tão pura e virgem da Igreja.

Sim, é natural que os sacerdotes tenham os seus instintos, mas se apelam aos jovens para os combaterem como é que aqueles o fazem? (Talvez seja por isso que 20 freiras tenham aparecido grávidas ao mesmo tempo, julgo que em África). Afinal, a fé não é assim tanta e nem consegue demover os prazeres da carne como a Bíblia, ingenuamente, declara!

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O mais bizarro em toda esta máscara de fé religiosa, ou melhor carnal, é que todos os actos de violação por parte de padres do mundo inteiro têm estado a ser minimizados. Os altos cargos da Igreja do mundo inteiro acabaram por encontrar alguma situações fora do comum, após investigações, mas nada de maior ou que merecesse uma punição (E a castração não seria uma boa solução?).

Decididamente, até a Igreja se deixou corromper por esta vaga de abusos sexuais e violações que têm estado a assolar o mundo. Mas, será que as pessoas não sabem que ‘essas coisas’ devem ser feitas com um consentimento mútuo? (ou será que isso não vem na Bíblia e nem nos manuais do catolicismo?). E, se a vontade é assim tão grande fiquem a saber que existem preservativos! Sim, esses mesmo que dizem ser sinónimo de pecado!

Afinal, não eram os representantes de Deus que deviam dar uma conduta moral correcta aos cidadãos, e acabam por fazer exactamente o mais degradante e repugnante que encontramos no mundo sexual? Então, vivam os preservativos, as pílulas e todos os outros métodos contraceptivos!

Por isso, e a partir de agora que sabemos que já nem os padres são de confiança, acautele-se! Ir à igreja com umas vestes menos conservadoras, uma mini saia ou um decote bem avantajado, pode ser um atentado à saciedade sexual do Sr. Prior.

E, se de repente, enquanto se está a confessar ele a seduz? Aconselhamos também as pessoas mais idosas a terem cuidado, pois os violadores não estão somente nas ruas, mas também nas casas de Deus!

E, mais cedo do que julga, podem revelar-se no nosso país, se é que já não se revelaram! Se eles tiverem uma fantasia sexual bem aberrante, daquelas inconcebíveis para a sua formação e educação pessoal, não hesite! É a palavra de Deus que está em jogo, e a ela se deve a máxima fidelidade!

Por muito cruel que julguem que possa estar a ser, acreditem que os casos de violência sexual de sacerdotes a freiras e raparigas acabadas de chegar à pratica religiosa ou, devo dizer antes, à prática do sexo, abrange cerca de 23 países do mundo inteiro.

E, o que fazer a estes devoradores sexuais? Nada! Nada porque as entidades ou personalidades que tinham autoridade para agir ficam silenciosas e inactivas! Bom para o prazer desses seres repugnantes, mau para as freiras que perderam o descanso e a paz que esperavam encontrar na fé.

Qualquer pessoa com o mínimo de bom senso e sensibilidade fica estupefacta, tal como eu fiquei, ao tomar conhecimento de todos estes dados noticiados pelo Diário de Notícias.

De início, julguei que podia ser uma brincadeira, de péssimo mau gosto, diga-se de passagem, mas como os seres humanos, padres ou não, têm as suas perturbações psíquicas e disfunções mentais é inevitável pensar que os representantes de Deus não podiam ser excepção.

Infelizmente, e ao contrário das situações habituais, o processo e a forma de tratamento destes casos não é punível para os membros da Igreja. Embora seja em África que estes membros, encarregados de espalhar a fé, e um pouco mais, têm mais dificuldade em cumprir o celibato, a situação já atingiu a Europa e muitos outros países.

Ao todo recorde-se que são cerca de 23 países! Coisa pouca, sem dúvida, para quem se julgava ser o expoente máximo da moral, conduta viável e boa fé. Pelo menos a intenção era essa, ou perceberíamos nós outra coisa?

A comunidade religiosa devia estar de luto, reflectir sobre os ideais que os move e os actos cometidos, não só agora como desde a época em que a crença na fé parecia ser cega.

Não só a sociedade precisa de uma nova consciência, como também aqueles que apelam à paz e equilíbrio da mesma. E, como até esses parecem estar um pouco distantes da boa conduta e daquilo que deve ser o respeito pelo ser humano, aconselho a uma reformulação completa da Igreja e dos seus hábitos sexuais.

Parece que um filme do género ‘Do Cabaret para o Convento’, que tanta polémica gerou, não é nada comparado com as atrocidades que se verificam pelos caminhos da Fé. Se calhar ‘Do Celibato para a Castração’ tinha mais lógica, mas aí o ideal seria passar do filme para a realidade. Mas isso, julgo eu, que não se vai verificar a quem sabe usar tão bem os desígnios de Deus! Haja Fé!

Cronista da Mulher Portuguesa: Ana Amante

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