Alimentos transgénicos: bons, maus ou assim-assim?

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Alimentos transgénicos
Alimentos transgénicos
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Alimentos transgénicos estão aí. Eles vieram para ficar, apesar de consigo arrastarem ondas de polémica. Os alimentos transgénicos são legumes ou frutas a cuja planta foi acrescentado, em laboratório um gene (de outra planta, de uma bactéria ou de um vírus), proporcionando uma planta que se torna resistente a determinados vírus, pragas ou pesticidas.

Os OGM – Organismos Geneticamente Modificados, também chamado transgénicos, são organismos animais ou vegetais cujo código genético foi alterado com o objectivo de aumentar a sua capacidade de crescimento e a sua resistência às condições climatéricas, às doenças e pragas e até aos próprios pesticidas.

Em resumo, trata-se de uma manipulação genética que, à primeira vista, proporciona uma melhor qualidade de produtos. No entanto, algumas sombras se levantam por detrás deste panorama.

Na topo da contestação está a alteração de sabor e de qualidades de determinadas plantas onde já foram efectuadas as experiências.

Pontos como a diminuição da biodiversidade e a resistência criada face aos herbicidas, que pode afectar insectos benéficos para o ambiente, são também apontados pelos que se colocam contra o uso da genética na agricultura.

Em causa está o desequilíbrio dos ecossistemas, o que iria favorecer o aparecimento de novas pragas ainda mais resistentes.

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No campo da saúde pública, os genes encontrados nas plantas modificadas podem conter proteínas com propriedades alérgicas que vão fazer, quando ingeridos, que o organismo se torne resistente aos antibióticos, não lhe permitindo realizar a sua acção nas doenças infecciosas. A possibilidade de reacções alérgicas são outras preocupações frequentemente referidas.

Várias vozes se têm levantado contra este sistema que coloca nas mãos do homem, ou de multinacionais, o poder de criar plantas geneticamente modificadas e resistentes a produtos químicos. Só entre 1996 e 1998 o volume de negócios resultantes da venda destes produtos aumentou seis vezes.

Os OGM são utilizados em plantas como o milho, a soja, a batata, o tomate e estão presentes na composição de muitos alimentos como salsichas, bifes de soja, alguns chocolates, cereais biscoitos, ou são ingeridos por via indirecta, através da carne, que consumiu rações preparadas com esses produtos.

No ano 2005 serão produzidos 25% de alimentos transgénicos, entre maçãs resistentes a insectos; alface resistente a pragas; uvas sem sementes; tomate de amadurecimento retardado, pele mais grossa e resistente a pragas; batateira indigesta ao escaravelho e batata menos absorvente de gordura. O tabaco, a soja, o milho, são plantas já disponíveis no nosso mercado.

O Ministério da Agricultura português anunciou a suspensão da produção de duas variedades de milho transgénico autorizadas em Portugal e nalguns campos de cultivo do Ribatejo já foram detectadas plantações de milho e eucalipto geneticamente modificados.

Para a Comissão de Assuntos Económicos e da Política Industrial do Parlamento Europeu, a manipulação genética destes produtos “não é mais do que uma mera extensão dos métodos tradicionais de cultivo”.

Não existe ainda uma unanimidade entre os cientistas quanto às possíveis consequências da generalização de alimentos geneticamente modificados, e mesmo que queira evitar que estes entrem na sua alimentação, a informação nos rótulos ainda é escassa, e estes podem entrar no seu circulo alimentar por segundas vias.

Parece mesmo que os alimentos transgénicos vieram para ficar. Entre os alimentos que podem desde já ser produzidos a partir de plantas transgénicas figuram a banana, a beterraba, o trigo, o cacau, o café, a chicória, a colza, a couve, o pepino, o algodão, a abóbora, a alface, a mandioca, a batata, o arroz, a soja, o tabaco, o tomate, o girassol e as uvas.

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