O império futurista de Pierre Cardin

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Pierre Cardin
Pierre Cardin
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Certamente conhece Pietro Cardin muito mais do que imagina. É que Pierre – o nome que ele adotou quando mudou da Itália pra França – emprestou o seu nome para cerca de 800 produtos licenciados durante a sua carreira, que já completa 60 anos em 2010. Existem inumeras hipóteses de já ter adquirido alguns deles, desde gravatas, mesas, cortinas, comida e cigarros, é enorme o império de Pierre Cardin.

Mas apesar da banalização do próprio nome, desde que fundou a sua própria marca em 1950 Pierre Cardin é um dos grandes nomes da moda.

Pierre Cardin

As suas criações são facilmente reconhecidas pelo toque futurista, com formas geométricas remodelando o corpo feminino.

Tudo começou em 1945, quando ele se estabeleceu em Paris e trabalhou para Jeanne Paquin e Elsa Schiaparelli. Foi lá que conheceu Jean Cocteau – e assim fez o figurino do filme clássico “A Bela e a Fera“. Ele ainda passou pela Maison Dior e ajudou a produzir o “New Look” de 1947.

Apaixonado pelo mundo das artes, Pierre desenhou máscaras e figurinos para teatro e em 1954 criou o vestido bolha, que foi um marcante sucesso mundial. Foi também o ano de abertura da sua 1ª loja, a “Eve”, logo seguida pela “Adam”, de moda masculina.

Gerou polémica em 1959 ao criar uma coleção de prêt-à-porter feminino para a Printemps e virou persona non grata da alta-costura, expulso da “Chambre Syndicale de la Couture Parisienne” por ter-se popularizado – onde foi readmitido tempos depois.

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As suas roupas eram a cara dos anos 60, e em 1964 a coleção “Cosmos” trouxe a idéia de moda unissex com túnicas que podiam ser usadas por homens e mulheres.

A partir daí, foram mil e uma formas de expansão da marca, principalmente em viagens á volta do mundo englobando o Japão e a China – para onde passou também a produzir as suas criações, adiantando o movimento da indústria da moda em relação ao país comunista.

Pierre Cardin transformou-se  numa máquina de lucro, crescendo em proporções gigantescas e garantindo o seu lugar entre os empresários mais ricos da França.

O império Cardin é formado pela marca – o extenso número de lincenciamentos abriu portas para os actuais estilistas, se expadirem e criarem os diversos produtos que vemos hoje – além de inúmeras propriedades, como o palácio de Casanova em Veneza, o castelo do Marquês de Sade e a cadeia de restaurantes e hotéis Maxim’s.

Esses são os lugares que recebem festivais e peças de teatro patrocinados por ele – parece ser essa a forma que o estilista encontrou de aproveitar o fim da sua vida, aos 87 anos.

Para celebrar a data comemorativa ganhou um livro, escrito por Jean-Pascal Hesse, chamado “Pierre Cardin, 60 Anos de Inovação“, com o lançamento conduzido pelo próprio Pierre em Paris no início do mês.

Além da publicação, ele promete um desfile na Semana da Moda de Paris no outono. Mas não pense em retrospectivas, ele gosta é de olhar para o futuro!

Tanto que vive a pensar em vender a sua marca – pelo valor de 2,42 bilhões de euros, de acordo com os seus termos, sem negociação – pelo simples facto de que sabe que um dia vai morrer e antes disso quer saber quem vai ser o seu sucessor.

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