Não há ninguém que não dê importância à extremidade capilar conhecida como cabelo. Mas quando este começa a cair, então é que os problemas ficam sérios… chegou a calvície.
A calvície afeta cerca de 50% dos portugueses com mais de 50 anos, mas as mulheres também pode sofrer deste problema.
A calvície tem duas formas de apresentação:
- Alopecia areata, na forma de peladas por áreas e geralmente temporária que afecta cerca de 1% da população e de causas desconhecidas,
- Alopecia androgénica, mais conhecida como calvície, uma situação frequente que afecta ambos os sexos.
Embora possa parecer evidente o que acontece na calvície, ainda não existe uma definição precisa para este problema, conhecido como alopecia, designação atribuída a Hipócrates que a associou à queda do pêlo das raposas em certas alturas do ano.
A pele do couro cabeludo contém entre 80.000 a 120.000 folículos pilosos formados durante a vida intra-uterina mas depois do nascimento não se formam novos folículos. Desta forma, se ocorrerem lesões cutâneas que destruam a unidade pilosa, não voltarão a crescer cabelos nessa área, visto que a raiz é a única parte viva do cabelo.
Conforme as células vão morrendo, endurecem e formam um cilindro, a haste do cabelo, essencialmente composta por queratina, continuamente empurrada para a superfície e crescendo em média 0,8 a 1,2 cm/mês.
A queda do cabelo
A queda do cabelo acontece periodicamente e trata-se de um processo normal. A hereditariedade e a genética têm um papel importante mas actuam só na presença de hormonas sexuais masculinas, os androgénios, e apenas a partir de determinada idade.
Nos homens, quando geneticamente predispostos, o cabelo começa a cair logo a partir dos 20 anos de idade, mas nas mulheres estas manifestações são mais tardias, devido à actuação das hormonas.
Causas da queda do cabelo
Apenas a queda excessiva de cabelo é motivo de preocupação, podendo também ocorrer devido a factores como dietas pobres em proteínas, uso prolongado de medicamentos como anticoagulantes, anti reumatismais, antidepressivos, beta-bloqueantes, hipervitaminose A, pílulas anticoncepcionais, citostáticos, ou estados sintomáticos como períodos de febre prolongada, doenças crónicas, cirurgias, gravidez, partos, abortos, alterações endócrinas (tiróide).
A calvície feminina
No caso das mulheres acrescenta-se ainda além dos estados de gravidez, partos, abortos também o uso de produtos cosméticos para o cabelo inadequados ou demasiado frequentes, assim como de tração continua e prolongada do cabelo com penteados do tipo ‘rabo de cavalo’.
Os factores hormonais também podem provocar a calvície feminina, que acontece em cerca de uma em cada cinco mulheres, na fase mais avançada da idade.
Um dos factores decisivos na calvície feminina é a fragilização dos cabelos por agressões exteriores como o abuso dos processos de transformação do cabelo (frisagem, coloração, etc.). Embora as mulheres praticamente nunca fiquem calvas, estes fenómenos são mais aparentes após a menopausa.
Calvície masculina
Nas mulheres a perda de cabelo não é idêntica à dos homens, passando antes por uma subtil perda de cabelo sobre todo o couro cabeludo com persistência para a linha frontal e uma menor densidade no alto da cabeça, ao invés do que é comum nos homens, com a perda de cabelo por áreas.
Tratamento da calvície
As opções de tratamento passam por cosméticos e produtos de venda livre para camuflar a perda de cabelo e opções de penteados como sistemas de entrançado de cabelo fixados por adesivos, colas e outros métodos de fixação.
O tratamento médico local usa o minoxidil, um preparado conhecido desde 1981 que aproveita a acção vaso-dilatadora local para promover a reversão da alopécia, embora a eficácia abranja apenas 25 a 30% dos utilizadores.
Um outro medicamento é o Finasteride, um princípio activo já utilizado para o tratamento da hipertrofia benigna da próstata e que tem também um efeito de inibir a transformação da hormona sexual masculina (testosterona), anulando assim o efeito negativo junto do folículo piloso.
As segundas opções passam pelo tratamento cirúrgico de transplante, redução de escalpe, retalhos, sendo que o primeiro é o método mais vulgarizado, que consiste em retirar cabelos de áreas não afectadas pela calvície e implantá-los em zonas calvas e em cerca de 3 meses o cabelo começa a crescer com características idênticas aos do local donde foi retirado.
A calvície é também atribuída à má circulação do couro cabeludo, á caspa e o uso de chapéus, no caso dos homens, embora nenhum destes factores esteja totalmente comprovado.
Comprovado está o relacionamento com problemas cardíacos, tendo os homens calvos maior tendência para contrair doenças cardíacas devido aos grandes níveis de testosterona que revela.
Quando tratada a tempo e anulada a causa, o cabelo continuará a cair por um período de 3 a 6 meses, após o que retomará gradualmente a normalidade, embora se a causa persistir durante muito tempo a perda possa ser definitiva.