Se vai ao médico é porque está doente e se está doente tem algo sobre que se queixar.
‘Para um bom médico, um bom doente’. Este podia ser o lema para todos os que procuram ajuda profissional. Mas nem sempre as pessoas sabem como ajudar o médico a diagnosticar com rigor o problema.
Por vezes, escondemos os sintomas com receio de que seja afinal aquela doença que tanto tememos, como se esconder estes a evitassem, outras vezes exageramos nestes para conseguir o máximo de atenção do médico para a nossa doença.
Este tipo de comportamentos apenas vão dificultar mais o diagnóstico e em nada ajudam para a cura do problema. Cabe-lhe a si ser um bom paciente e ajudar o seu médico, que não pode fazer milagres sozinho.
Face aos médicos, muitos são os doentes que se sentem atemorizados, respondendo apenas ao que é perguntado e por vezes em meias palavras, que a angústia lhes permite soletrar. E quando saem do consultório mantêm-se duas atitudes antagónicas: ou se submetem ao receituário, cumprindo à risca as ordens recebidas, sem pedirem qualquer tipo de explicações e aguardam esperançosos a cura, ou consideram que da sua saúde apenas eles sabem e tornam-se demasiado exigentes sobre o assunto.
Os comportamentos que assumimos face ao médico dizem muito sobre a nossa educação. É lógico que aos 25 anos já sabemos que o ‘Doutor não nos vai dar uma pica’ sempre que o consultamos, mas essas histórias incutidas desde pequenos não nos vão deixar muito à-vontade. E existe ainda a crença de muitas pessoas de mais idade, que o médico funciona um pouco como um ‘bruxo’ que trata do nosso corpo com formas apenas conhecidas, o que nos inculca um respeito pouco sadio.
Outra situação acontece quando o paciente é incapaz de explicar convenientemente os sintomas, a data em que estes se fizeram sentir pela primeira vez ou ainda detalhes sobre o seu funcionamento orgânico, numa atitude de vergonha que os deixa incomodados.
Explicações correctas e precisas ajudam o médico a compreender melhor o seu problema. Antes de uma consulta tenha em conta tudo o que se passou e se necessário elabore uma lista para não se esquecer de nada. Não oculte ou adultere os sintomas para não desorientar o médico, nem invente nada. Procure recordar com precisão quando surgiram os primeiros sintomas, de que forma e se coincidiram com alguma doença que posteriormente desapareceu.
Os dados sobre a sua infância e antecedentes familiares podem ajudar em muito para a realização do diagnóstico, o mesmo acontecendo com doenças anteriores. Se achar necessário leve consigo receitas e exames anteriores, mas que não excedam os dois anos. Convém recordar as variações de peso que sentiu, as alterações de funcionamento geral do seu corpo como apetite, sono, digestão e evacuação, os alimentos que ingere e os medicamentos que está a tomar, em especial se faz auto-medicamentação.
Mesmo que não esteja doente, há determinadas alturas da sua vida em que o melhor é prevenir e consultar um médico. As mais importantes são o início da puberdade, nas raparigas quando surge a primeira menstruação, e os exames ginecológicos anuais para despiste de cancros da mama e do útero, as situações de stress ou tensão e quando entrar na menopausa ou andropausa.