Algumas pessoas regressam de férias satisfeitas mas… também desapontadas. Quando partiram iam animadas para perder algum peso e sentirem-se melhor. Iriam nadar e dar longas caminhadas pela praia várias vezes por dia. Como passavam muitas horas na praia aproveitariam para fazer uma alimentação mais leve, comendo mais fruta e iogurtes e bebendo mais água.
De acordo com os seus planos o jantar, à base de grelhados e boas saladas, seria servido ao luar em família ou na companhia de amigos.
Mas afinal, a realidade não foi bem esta e por isso regressaram de férias com uns quilos a mais e desagradadas com a figura que sentiam debaixo do fato de banho e que viam reflectida no espelho. Aqueles “pneus” que os levara a fazer tais planos aumentaram de volume tornando-se mais incómodos e inestéticos.
Foi exactamente isto que levou um senhor, de férias no Algarve, a telefonar-me. Sentia-se deveras incomodado e preocupado. Antes de férias o seu médico avisara-o, mais uma vez, que necessitava de perder peso. Ele sentia que era exactamente o inverso que estava a acontecer. O fato de banho e a t-shirt, que tinham substituído o fato, tornavam-no mais consciente do seu problema e mais aborrecido estava consigo próprio. Como tinha que vir a Lisboa durante dois dias queria marcar uma consulta. Assim fez, quando voltou para o Algarve já levava o seu programa de emagrecimento consigo e a esperança renovada de que desta vez é que iria perder peso comendo bem e sem ter fome.
Conforme combinado telefonou-se alguns dias depois. Já tinha perdido os dois primeiros quilos, sentia-se bem alimentado e satisfeito com o que comia. Agora sim, estava a gozar umas boas férias dizia. Escusado que será de dizer que quando voltou de férias vinha outra pessoa e até tinha comprado um fato de banho novo pois o anterior ficara largo demais.
Mas para os leitores que não tiveram essa sorte, não é altura de desanimarem, bem antes pelo contrário. Para muitas pessoas o facto de estarem de regresso a casa facilita-lhes a vida em relação a emagrecerem. Para trás estão os desaires do Verão, os gelados, as mariscadas bem regadas, as bolas de Berlim, as batatas fritas na praia… Sentem que agora sim, podem controlar melhor os horários e a forma como se alimentam. Por isso, se necessitam de ajuda para perderem peso e para se sentirem melhor é uma boa altura para a procurarem.
Sente-se Mal?
Algumas pessoas queixam-se que, quando tentam fazer dieta, sentem-se mal. Umas dizem que se sentem com pouca energia, quase que permanentemente cansadas. Outras afirmam que ainda têm mais gases e prisão de ventre do que antes. Também há aquelas que dizem, que de vez em quanto, parece que ficam com a cabeça vazia e que se sentem quase a esvair, ou têm, ocasionalmente, grandes dores de cabeça. Algumas dizem que passado pouco tempo de estarem a fazer dieta, notam que andam muito enervadas, tristes e até um bocado deprimidas.
O que isto significa é que a dieta que estão a fazer, por muito boa que pareça ou por muitos bons resultados que tenha dado com a vizinha, não é a dieta correcta para a pessoa que se sente mal em vez de se sentir melhor.
Assim, é perfeitamente compreensível que a pessoa deixe de fazer a dieta. O seu objectivo era sentir-se menos cansada e mais satisfeita, ou ter mais energia e menos problemas digestivos e não o contrário.
O problema é que a pessoa desconhece a causa do mau estar que a incomoda. Por outro lado, também não sabe como modificar a dieta que está a fazer para que, corrigindo-a, se possa sentir bem.
Outra queixa muito frequente de quem está a fazer dieta é: “Parece que quanto mais penso que não devo comer uma certa coisa, é exactamente quando ainda tenho mais vontade de a comer. É como se aquele alimento fosse uma droga; às vezes até compreendo os drogados.”
Não desanime, qualquer que seja o seu caso. Saiba que todas estas dificuldades têm solução. Não iremos descrever aqui pormenorizadamente as causas que provocam todos estes sintomas tão desagradáveis mas, podemos dizer que, a investigação e o estudo permite-nos cada vez compreender melhor os casos mais difíceis.
Por exemplo há alimentos que comemos diariamente, e perfeitamente inofensivos para a maioria das pessoas, mas que a outras provocam gases, prisão de ventre, barriga muito inchada, dores de estômago, um cansaço quase permanente, uma grande vontade de dormir e de não fazer nada, dores musculares e ósseas, dificuldade em ver e até em respirar.
Há poucos dias, dizia-me um cliente que só agora, que tinha substituído o alimento que lhe provocava todos estes sintomas por um outro também do seu agrado, é que via que, afinal de contas, não era uma pessoa preguiçosa, e até um pouco irresponsável, como pensara.
Tinha deixado de comer o tal alimento (um que a grande maioria das pessoas comem diariamente), dizia que tinha tanta energia que se deitava tarde, porque não tinha sono, e acordava todas as manhãs contente e pronto para saltar da cama. Passava o dia bem e chegava a casa do trabalho bem disposto e com vontade de sair. A mulher ria e dizia que agora era ela que tinha dificuldade em o acompanhar pois ele tinha rejuvenescido. Ele acrescentou que o que o deixava também muito admirado era que nem tinha vontade de comer o tal alimento o que antes teria sido impensável.
O nosso corpo, a nossa mente – e nós próprios – , somos sãos. Quando isolamos o malfeitor por um lado e, por outro, obtemos aquilo de que necessitamos, sentimo-nos bem e já não o desejamos mais. Por isso não vale a pena sofrer pois é preferível procurar antes a ajuda de que necessita para se sentir melhor e mais satisfeita.
Doutora Virgínia Costa Matos
(Directora do Centro de Emagrecimento TRIMLINES)