No dia-a-dia somos condicionados por inúmeros factores externos. Alheias ao espírito, as nossas atitudes variam consoante o meio à nossa volta e a saúde das nossas emoções primárias.
O facto de termos determinadas reações, sensações ou estados de espírito não é uma questão meramente casual. Acima de tudo, existe uma forte influência daquilo que nos rodeia e da força que esses fatores exercem em nós. Reprimir determinados impulsos não vai auxiliar em nada a nossa personalidade e nem a própria saúde sexual.
Ao longo dos tempos, os povos foram educados para viver consoante a filosofia de vida que lhes era impregnada. Das culturas mais transcendentais às mais realistas, o certo é que aos humanos não lhe era dado o direito de soltarem as suas emoções primárias, como a alegria, o medo, a ira ou a pena, que eram guardadas secretamente.
Na verdade, trata-se aqui de reprimir os próprios impulsos e desejos humanos, facto que se tem verificado desde sempre.
Recordemos o seguinte: o sentimento mais nobre, como o amor, sempre foi elevado ao máximo, enquanto que o sexo, encarado por alguns psicólogos com uma necessidade primária, era reprimido e totalmente condenável.
Este era o cenário vivido há alguns séculos atrás, mas com o passar do tempo chegou-se à conclusão que as emoções primárias, tal como outras componentes, são predominantes para a formação da personalidade e desenvolvimento da mesma.
Assim, as emoções primárias nada têm a ver com o espiritual, mas sim com os factores que nos rodeiam e com a própria fisiologia hormonal.
As emoções são o fio condutor das nossas acções e gestos, e resultam da conjugação de diferentes géneros de hormonas. Inevitavelmente associadas ao sexo, as emoções primárias são o resultado de um momento ou de uma determinada fase que envolveu um objectivo sexual.
Se o mesmo é conseguido surge a alegria, mas caso não se concretize surge a pena. Mesmo que alcance o seu objectivo, mas o mesmo não siga as coordenadas que inicialmente pensou, solta-se imediatamente a ira. O medo, por sua vez, pode surgir após qualquer uma destas experiências, evidenciando uma forma de defesa e salvaguarda.
Relação entre o sexo e as emoções primárias
O sexo e as emoções primárias estão intimamente relacionados. Se não conseguir estabelecer um uso correcto dos mesmos, certamente a personalidade e desenvolvimento sexual não serão os mais saudáveis.
Pelo facto da nossa sociedade ter na sua essência uma educação sexual muito puritana e pouco aberta, faz com que as emoções primárias da maioria das pessoas não sejam devidamente desenvolvidas. Este desajuste entre emoções e sexo faz com que não haja um equilíbrio, o que origina um descarrilamento da personalidade da pessoa.
Saiba por isso que as emoções estão relacionadas com a própria saúde sexual. Reprimir emoções, sensações e desejos não causará qualquer positivismo na sua vida.
O importante é que a criança, logo desde muito nova, aprenda a soltar os seus impulsos e reações de maneira a conseguir evoluir na sua personalidade. Pensar o sexo como algo natural e não como uma coisa negativa, ajudará na construção e definição da personalidade de muitos jovens portugueses.
Portanto, saiba que o sexo anda sempre lado a lado com as nossas emoções primárias, e que o bom funcionamento de ambas origina o equilíbrio da nossa personalidade e saúde mental. Reprimir a ira, o medo, a pena ou a alegria acabará por torná-la quase num robôt em que as emoções não são sentidas, mas sim acumuladas, até começarem a surgir outro tipo de emoções, estas já doentias. Acautele-se e eduque os seus impulsos e emoções, para uma melhor conduta diária da sua vida.