A história do banho ao longo dos tempos

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A história do banho
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Ao longo de vários séculos a água, e consequentemente o banho foi olhada de formas diversas, ora como um elemento essencial ou como um inimigo da saúde e da alma imortal.

Chegar a casa, entrar na banheira, deixar que a água flua pelo corpo, passar um gel de banho e esfregar o cabelo com um champô especial. Isto é rotina para si, mas nem sempre o banho foi um ato do dia a dia, chegando mesmo a ser considerado como um ato de luxúria e, portanto, pecaminoso.

O banho no tempo dos Egípcios

Pioneiros nestas coisas de higiene, os egípcios gastavam muito do seu tempo em banhos refrescantes e com o uso de perfumes e óleos odorosos, prática em que foram seguidos pelos gregos, com os seus banhos e saunas e depois pelos romanos.

Os muçulmanos também não dispensavam o banho ritual antes das orações e as salas de sauna foram tornadas por estas civilizações como verdadeiras áreas políticas e sociais.

Mesmo os povos lusitanos aderiram à ideia e não são poucos os vestígios que ainda se encontram destes locais de prazer e convívio social.

O banho na Idade Média

A época das trevas da Idade Média e da reconquista Cristã veio colocar um ponto final nestas atividades, consideradas que eram as saunas como locais de pecado e perversão, pelo contacto com os corpos nus que proporcionavam.

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Mesmo assim, ainda se mantiveram algumas ideias de higiene, tendo os mais ricos instalado casas de banho privadas nos castelos que seguiam os princípios dos banhos romanos e nesse espaço organizavam festas e massagens para os convidados.

Os camponeses mais pobres limitavam-se a lavar a cara e as mãos apenas com água e como não podia deixar de ser, os piolhos e outros ‘visitantes’ abundavam, disfarçados pelo uso permanente de chapéus ou barretes.

Em plena Idade Média, os banhos passaram a ser olhados com receio e mesmo proibidos em muitas cidades como propagadores de doenças, em especial da peste, e causadores do amolecimento da alma, se feitos com água quente, que era também o motivo que levava à dilatação dos poros e consequentemente à facilidade de entrada de doenças no corpo.

Nesta época, a higiene passava por vestir roupa lavada até que ficasse suja, porque existia o conceito que esta serviria como esponja da sujidade. Os dentes eram lavados com um dentífrico cem por cento natural – a urina, e usava-se o fio dental.

Quanto a lenços de assoar, nem se fazia a mínima ideia do que seriam, usando-se para o efeito os dedos ou as mangas.

A sujidade chegava a um ponto tal que, durante a época das Descobertas, os europeus eram conhecidos pelos povos que visitavam como mal-cheirosos e porcos.

Os membros do clero optavam pela sujidade para demonstrarem que não se preocupavam pelo corpo terreno e que dedicavam apenas os seus pensamentos a Deus.

Durante o século XVII os banhos continuaram a ser olhados como algo perigoso, desaconselhado a pessoas doentes, que sofressem de gota, obesos, doentes de nervos, e em algumas ocasiões. Foi uma época em que, para disfarçar o cheiro das classes altas, os melhores perfumes eram usados e a indústria cosmética teve um enorme avanço.

O rei francês Luís XIV ficou conhecido por ter tomado banho apenas em duas ocasiões da sua vida: quando nasceu e quando casou.

A roupa não era lavada, apenas sacudida e carregada de perfume e as mãos eram lavadas apenas de três em três dias. Lavar a cara estava fora de questão, para não estragar a pele que se podia desgastar com lavagens frequentes e a sujidade era escondida com enormes doses de maquilhagem, renovada todos os dias.

Felizmente para os narizes mais sensíveis, é neste século que surge o sabão à base de banha de porco, usado para lavar o rosto e as mãos, assim como as roupas.

O conceito de higiene surge no séc XIX

O conceito de higiene surge apenas no século XIX, depois das descobertas levadas a cabo por Pasteur e as suas teses sobre a influência da higiene sobre a saúde pessoal e pública.

Os hospitais passam a ser limpos regularmente, assim como outros locais onde possam proliferar doenças.

Os manuais de higiene começam a aparecer, arrastando consigo vários produtos para melhorar a condição da pele e dos cabelos, as pilosidades querem-se curtas, assim como as unhas e a pele é lavada com água e sabão.

A higiene e a saúde

Estudos médicos provam que a maior causa de morte entre parturientes se fica a dever a infeções provocadas por falta de higiene dos médicos que não lavavam as mãos depois de ver os doentes, funcionando como focos infeciosos, transportando germes nas unhas.

Estes passam a ser obrigados a desinfetar as mãos antes e depois de efetuar qualquer tipo de contacto com doentes.

Foi apenas no nosso século que o duche entrou nos hábitos dos europeus e se ainda não se trata de uma atividade diária, para lá caminha. No entanto, um longo caminho teve de ser percorrido em nome da higiene e da saúde. È um caminho por vezes demasiado seco.

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