Já lá vai o tempo em que gordura era formosura. Hoje, as dietas e o corpo magro romperam todos os padrões razoáveis de uma alimentação normal. As magras parecem vencer…
Antigamente, gordura era formosura! Se a pessoa fosse muito magra, isso significava que era de uma classe social inferior e que não se alimentava devidamente, dadas as suas carências monetárias.
Um corpo excessivamente magro, sem o mínimo de gorduras, quase liso, e onde os ossos são cobertos por uma camada muito fina de pele, era algo impensável e nada aceite pela sociedade da época.
Em contrapartida, a mulher tinha que ter um peito avantajado, braços fortes, ancas ligeiramente largas, com um traseiro e pernas bem delineados. Tudo isto sem cair no excesso de gordura, mas com algo bem visível e que, como se diz na gíria, ‘os olhos também pudessem comer’.
O corpo da mulher segundo estes moldes significava que se estava perante uma mulher interessante, ‘bem feita’ fisicamente, e que deixava água na boca a qualquer senhor por mais prendado que fosse.
Nos anos 50, Marylin Monroe celebrava a imagem da mulher fatal. As suas ancas, peito, pernas e traseiro ostentavam um corpo que, embora fosse o indicado e o desejado para a época, hoje jamais poderia ser aceite num dos muitos desfiles de moda a que assistimos. No ano que culmina, a magreza tem estado mais presente do que nunca.
Nos anúncios publicitários, nos desfiles de moda, no mundo do espectáculo, a mulher quer-se, obrigatoriamente, magra!
As dietas e lipoaspirações sucedem-se a olhos vistos. O culto da magreza começou a ser cada vez mais intensificado pelas top models, que ao longo dos anos têm vindo a aparecer com uma silhueta muito mais estreita e onde os ossos sobressaem muito mais que a carne. Kate Moss, por exemplo, protagoniza a mulher típica deste fim de século, sem o mínimo sinal de celulite ou gordura.
Todavia, e embora a magreza continue a ser uma referência, assiste-se hoje ao regresso do corpo feminino com as curvas que havia perdido há algum tempo, ainda que a magreza seja ainda bem visível.
Os problemas de bulimia e anorexia são uma realidade à qual não se pode ficar indiferente.
A pensar no corpo das modelos e actrizes, quase obrigadas a fazerem grandes dietas e lipoaspirações para serem aceites nas passadeiras da fama, muitas adolescentes dão entrada nos hospitais por causa da escassez e falta de alimentos adequados.
O mito do corpo tem vindo a ser discutido com muita frequência, por forma a impregnar nas jovens a ideia de que a magreza não é uma prioridade na vida. O corpo perfeito é a meta destas jovens!
No terminar de século XX a gordura deixou de ser formosura para passar a ser sinónimo de desleixe. Um corpo magro é, para os pseudo-entendidos, um sinal de beleza e o protótipo de sucesso. Se uma actriz ou modelo engorda um pouco mais, a estrela da fama deixará de a acompanhar nesse preciso momento.
As pessoas comuns, apaixonadas pela mística de um padrão que os famosos impõem, têm tendência a seguir as pegadas dos mesmos. Assim, optam pela magreza excessiva, um corpo sem curvas, quase liso, apto a envergar qualquer roupa.
Da beleza dos anos 50, com peito e ancas bem delineadas, passamos agora para um ligeiro exibir das curvas que algumas modelos trouxeram novamente para a ribalta, embora se continue a assistir a um cenário de magreza incontrolável.
Certamente que o reinado das magras sem formas poderá terminar nos próximos tempos. É esperar para ver qual será o corpo perfeito no futuro, mas o importante é que nos sintamos bem!