A questão do excesso de peso pode ser vista a três níveis: médico, desportivo e estético. De longe que o mais importante é ter o peso ideal, no que diz respeito à saúde, o que justifica um artigo apenas consagrado a essa questão.
Vamos falar um pouco sobre os outros dois níveis e procuraremos demonstrar que embora estas duas questões tenham a sua importância, são muito menos relevantes que a primeira para atingir o peso ideal.
Na maioria dos casos, quando alguém tem peso a mais e começa a emagrecer, vai melhorar sob estes três pontos de vista para atingir o seu peso ideal:
- O seu estado de saúde melhora;
- A sua capacidade física também;
- A sua imagem corporal também
Felizmente que é isto que sucede na maioria das pessoas. Mas nem sempre assim acontece, sobretudo em dois tipos de situações:
- Por um lado em certos desportos, nos quais, para se obterem bons resultados tornam-se necessários pesos pouco saudáveis. É o caso dos lançadores de peso, disco e martelo, dos jogadores de rugby que jogam em certas posições (bases ou pilares), de certos pugilistas e lutadores, de certos halterofilistas, entre outros, que têm pesos excessivos em termos de saúde, pelo que não se podem considerar indivíduos completamente saudáveis.
- Ou, no polo oposto, certas praticantes femininas de ginástica, de patinagem artística ou corredoras de fundo que têm pesos insuficientes para uma completa saúde, mas que lhes é requerido em nome dos resultados desportivos. Ou então, quando alguém que já não precisa de emagrecer por motivos de saúde quer continuar a emagrecer por motivos estéticos, o que é um erro grave e frequente em certos jovens e adultos, sobretudo do sexo feminino.
Em relação às preocupações com a elegância, com a imagem e com um eventual estatuto que daí possa decorrer, há que frisar que os ideais de estética têm variado ao longo dos tempos e variam também com os grupos de idade, sócio-económicos, culturais e de local a que os indivíduos pertencem.
O que é o Peso ideal
Não são constantes nem universais, mas sim muito relativos. Por isso há que relativizar a força desses argumentos e não lhes dar mais importância do que a que têm.
Hoje em dia tenta-se impor às jovens medidas e proporções que só são ajustadas para uma minoria e que são uma contra natura para a maioria.
E o mais impressionante é verificar a importância desmedida que as jovens dão a esses condicionalismos e a frustração que sentem se não conseguem imitar ou aproximar-se do modelo x ou da artista y, mesmo que a sua estrutura corporal nada tenha a ver com a delas. Impressiona ver a frustração de algumas delas quando não cabem em roupa dum número que está claramente desajustado para elas.
O conceito de beleza não pode ser o estereotipo que os circuitos comerciais, as marcas, as modas e genericamente a sociedade de consumo tentam impor. Há vários estilos possíveis de ser bem parecido e de se estar bem consigo e com o Mundo.
Tudo é aceitável desde que seja compatível com valores superiores, e as questões de saúde e de rendimento escolar e profissional são, sem dúvida, mais importantes que esses conceitos passageiros e não universalmente aceites.
É importante frisar que todos os excessos são condenáveis, quer de peso a mais quer a menos, e que cada um deve ter o peso ideal, de acordo com a sua constituição física, dentro da gama normal, e não o peso que quer ou que lhe é imposto, sob pena de isso ter danos sérios obre a sua saúde.