Com o novo ano entra em vigor um novo Programa Nacional de Vacinação (PNV) com algumas vacinas novas, fique a par da alteração.
Alvo de uma revisão pela recém-formada Comissão Técnica de Vacinação (CTV), o antigo esquema é substituído por outro mais adequado à actual situação. Reunida durante os anos de 1997 e 1998, esta Comissão reviu propostas de alteração quanto ao calendário, às orientações técnicas e às situações particulares (o caso dos viajantes, por exemplo) do PNV.
Os resultados destes estudos são agora apresentados. Maior novidade? A introdução das vacinas da Hepatite B e da Haemophilus influenza de tipo b no esquema de vacinação.
Vacinas novas no plano de vacinação
Qual é, então, o novo calendário de vacinação recomendado para as crianças portuguesas?
A BCG (contra a Tuberculose) é administrada no momento do nascimento, tal como a 1ª dose da vacina contra a Hepatite B. Quanto a esta última, a 2ª e 3ª doses devem ser dadas aos 2 e 6 meses respectivamente.
É, ainda, entre os 2 e os 6 meses que as crianças devem receber as primeiras inoculações contra a Poliomielite, a Haemophilus e a DTP (Difteria, Tétano e Tosse Convulsa).
Finalmente, a VASP (Sarampo, Papeira e Rubéola) deve ser administrada aos 15 meses.
Para aqueles que se atrasem neste quadro recomendado, o melhor é tentar “recuperá-lo” rapidamente: para esses é proposto o esquema atrasado (para menores de 7 anos) e o esquema tardio (dos 7 aos 18 anos).
O Programa Nacional de Vacinação foi introduzido em Portugal em 1965. A primeira vacina a ser contemplada foi a da poliomielite.
No ano seguinte, o PNV sofreu uma actualização com a introdução das vacinas da Tosse Convulsa, da Difteria, do Tétano e da Varíola.
Finalmente, em 1974, chegou a vez da Rubéola, do Sarampo e da Parotidite. Mas qual a importância deste tipo de programas?
O controle de determinadas doenças, ou mesmo a sua erradicação, depende de coberturas vacinais muito elevadas, prosseguidas durante muitos anos.
É o caso, por exemplo, da varíola que hoje se encontra erradicada à escala planetária graças a intensivas campanhas de vacinação.
Em Portugal, os dados demonstram que a incidência de doenças, como a poliomielite ou a difteria, têm diminuído consideravelmente, fruto dessa mesma acção.
Os últimos dados publicados pela Organização Mundial Saúde (OMS), referentes a um período que vai de 1993 a 1996, são claros quanto à nossa actual situação.
No que diz respeito a vacinas como a BCG, a Poliomielite, a Difteria, o Tétano ou o Sarampo os resultados são bastante positivos: a cobertura vacinal em Portugal ronda, neste caso, valores próximos dos 95%.
De uma maneira geral, todos os distritos apresentam uma cobertura eficaz, não se verificando nenhuma situação mais dramática.
Em relação à VASP, por exemplo, a cobertura total marca presença em distritos como Aveiro, Castelo Branco, Porto, Viana do Castelo, Vila Real, Portalegre e Madeira.
Quanto aos restantes distritos, as percentagens não andam muito longe destes números.
O mesmo não se pode dizer da vacina contra a Hepatite B cuja cobertura só atingia, em 1996, os 34%.
Ainda em relação a esta mesma vacina, cuja imunização só é possível após a administração de 3 doses, assiste-se a uma diminuição da percentagem da cobertura vacinal da 1ª para a 3ª inoculação.
Esta é, aliás, uma situação que o actual PNV pretende modificar.
A vacinação em larga escala tem, desta maneira, contribuído para uma melhor saúde pública.
Mas atenção: não deixe que estes números a façam ficar “à sombra da bananeira”. Convém lembrar que estas doenças continuam a existir e que elas podem deixar sequelas muito graves (no caso da poliomielite, a paralisia), podendo mesmo conduzir à morte.
Daí que seja importante vacinar, na altura indicada, todas as crianças, evitando que estas apanhem desnecessariamente uma destas doenças.
Por isso, cumpra sempre o esquema de vacinação recomendado e mantenha o Boletim de Vacinas actualizado.