‘A criança ao brincar é capaz de fazer mais do que ela pode compreender e é justamente esta acção que permite que a criança possa compreender o que move a sua acção’. Nem todos os dias as crianças estão dispostas a partilhar brincadeiras, ideias e pensamentos. Às vezes, nós mesmos precisamos do silêncio para encontrarmos algumas soluções e voltarmos ao nosso estado normal com maior energia.
Como acredito muito no desenvolvimento espontâneo do ser humano, sem estar rodeado por pressões quando não deseja realizar algo, respeitar o direito que este ser tem em optar é fundamental. É evidente que o mesmo grau de importância deve-se dar à acção de dirigir-se a um aluno que recusa em participar, dialogando no sentido de estabelecer um entendimento sobre o seu modo de agir. Todos os alunos devem ser respeitados e vistos de maneira individual e única.
Cada criança possui a sua própria personalidade, o seu modo especial de enfrentar situações e propostas diversas, não sendo correcto então, passar a tratá-las e vê-las como um ser igual aos outros, como se não tivessem vontades próprias e características distintas.
Nota-se nas brincadeiras que realizam, uma maneira pessoal de descarregar em um brinquedo suas preocupações, medos ou situações reais traumáticas. Por exemplo, se uma criança ao visitar o dentista sentiu medo e dor, reproduzirá no brinquedo as mesmas sensações. Tudo o que elas vivem as atinge de alguma forma.
Considero fundamental, não somente através de referenciais teóricos constatar a importância do brinquedo para a criança, mas principalmente, por observar nas suas brincadeiras a forma como lidam com seus sentimentos, a maneira como aprendem a esperar a sua vez e a partilhar brinquedos.
Existem momentos em certas brincadeiras que necessitam do estabelecimento de regras. Porém, deve-se permitir que a criança tenha liberdade de expressão e possa dizer quando algo não lhe agrada. Também não se pode interferir nos seus desenhos, jogos e brinquedos e sim incentivá-la no seu pensamento criativo, elogiando as suas ideias e realizações.
“A criança ao brincar é capaz de fazer mais do que ela pode compreender e é justamente esta acção que permite que a criança possa compreender o que move a sua acção”.