As campanhas sobre a separação das embalagens usadas começam a chegar aos cidadãos, no Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente. Mas o lixo que produzimos não acaba nas embalagens e nos restos de alimentos. Sabe, por exemplo, onde colocar um frigorífico velho ou um computador obsoleto? E restos de tintas e vernizes que sobraram?
Dia Mundial da Ecologia e do Meio Ambiente
Conheça as soluções disponibilizadas no seu município. Esta informação passará a ficar disponível a todos os cidadãos a partir do dia 5 Junho de 2004, no nosso sítio da Net (www.deco.proteste.pt).
Pense no amanhã
Portugal avança na reciclagem, mas a diferentes velocidades de Norte a Sul do país e com grandes lacunas nalguns materiais, como é o caso do plástico e do alumínio.
Existem mais ecopontos do que caixas multibanco, diz a Sociedade Ponto Verde. Mas de que serve um ecoponto se estiver a rebentar pelas costuras?
Os dados oficiais revelam que a maioria dos resíduos não é aproveitada, tendo como destino o aterro ou a queima. Se tivermos em conta que as metas comunitárias para 2011 impõem a reciclagem de, pelo menos, 55% em peso dos resíduos de embalagem, os actuais 17% indicados pela Sociedade Ponto Verde anunciam um longo caminho a percorrer.
Pior ainda: muitos resíduos perigosos (aerossóis, tintas, pesticidas) ainda não são alvo da recolha selectiva. A reciclagem do equipamento eléctrico e electrónico (frigoríficos, fornos, etc.) é outro caso flagrante de reciclagem quase inexistente. A lei fixou Junho de 2002 para a criação de uma entidade gestora, mas dois anos depois… nada aconteceu.
Para se atingirem bons resultados, é preciso agir já. Uma boa ideia seria investir mais na recolha porta-a-porta dos resíduos. Os sistemas municipais têm de prestar mais atenção à frequência de recolha dos contentores. Há que informar os munícipes sobre os ecocentros e a sua localização. Cabe às autarquias ou sistemas intermunicipais criar ecocentros e alargar a sua recolha a todos os resíduos recicláveis.
Os comerciantes também devem intervir, informando os clientes de que podem entregar-lhes determinados resíduos, como lâmpadas ou baterias usadas. Claro que estas medidas só terão sucesso se, em casa, tivermos o cuidado de separar o lixo. O meio ambiente, a nossa saúde, a carteira e as próximas gerações agradecem.
Por fim, o seu contributo é importante. Dada a dificuldade de alguns países da União Europeia em implementar estruturas para o tratamento adequado dos resíduos urbanos, foi permitido que Portugal, Irlanda e Grécia atingissem mais tarde do que os restantes parceiros, as metas comunitárias para a reciclagem de embalagens.
Assim, até ao fim de 2005, Portugal deverá reciclar, no mínimo, 15% do peso das embalagens de papel e cartão, vidro, plástico e metal. Mas, para 2011, estes valores são muito mais exigentes: 22,5% para o plástico, 50% para o metal e 60% para o vidro, papel e cartão. Neste momento, a reciclagem do plástico não chega a atingir 6,4%! Convencido?