Os europeus saltam o pequeno-almoço

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Os números não mentem. Sessenta e um por cento dos europeus “saltam” o pequeno-almoço pelo menos uma vez por semana e esta realidade tende a agravar-se.

Entre as crianças e adolescentes estima-se que 10 a 30% não fazem esta importante refeição. São muitos os estudos que evidenciam que os adultos e as crianças que não tomam o pequeno-almoço comprometem o seu rendimento físico e intelectual. Para que o cérebro funcione bem necessita de açúcar (glucose), que tende a escassear à medida que a manhã avança, caso não se reponham as energias gastas durante o sono.

O jejum também é mau conselheiro para quem vai fazer esforço físico, tal como evidencia num estudo publicado na prestigiada revista “Medicine & Science in Sports & Exercise”. Neste estudo, as pessoas que não tomaram o pequeno-almoço antes de iniciarem uma sessão de ciclismo (em bicicleta estática), param 30 minutos antes das outras, por se sentirem cansadas.

Obesidade e diabetes

A investigação científica sugere também que as crianças que tomam o pequeno-almoço tendem a ser mais magras do que as que saltam esta refeição. Uma recente revisão sistemática de dezasseis estudos, envolvendo crianças e adolescentes europeias, evidenciou que a toma desta refeição está associada a um menor peso corporal, podendo constituir uma medida preventiva da obesidade e excesso de peso nesta população. O estudo CARDIA (Artery Risk Development in Young Adults) envolvendo 3800 jovens adultos com 27 a 37 anos, mostrou também que para além do impacto positivo no controlo do peso, o pequeno-almoço pode ter um papel relevante na prevenção da diabetes.

O que comer?

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Embora seja melhor comer qualquer coisa do que ficar em jejum, o tipo de alimentos consumidos também é relevante. Num estudo recente da Universidade do Missouri (Estados Unidos), efetuado em adolescentes, revelou que um pequeno-almoço rico em proteína é mais saciante, diminui o apetite ao longo do dia. A inclusão de leite, iogurte, queijo, fiambre magro e de ovos (de vez em quando) são, por isso, opções alimentares relevantes. Os cereais integrais (flocos, pão etc.) e a fruta, também devem contar da lista, pois são ricos em diversos nutrientes essenciais e o seu consumo ao pequeno-almoço reduz o risco de insuficiência cardíaca na população adulta (Physicians’ Health Study). Entre os Portugueses os cereais e a fruta são os alimentos menos consumidos a esta refeição.

Campanha europeia de promoção do pequeno-almoço

Face a esta realidade e às suas implicações na saúde, a Direção Geral da Saúde & dos Consumidores (DG Sanco) decidiu apoiar a campanha “Breakfast is Best” que visa a promoção desta refeição nas escolas e junto das entidades responsáveis pelas políticas de saúde. Na internet é disponibilizada informação atualizada de referência, que fundamenta a importância desta refeição na promoção da saúde. Os dados estão lançados e confirmam a sabedoria popular, não deixe por isso que ninguém na família inicie o seu dia sem antes fazer calmamente um equilibrado pequeno-almoço!

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