As passagens de ano são sempre propícias a actos de loucura. O álcool e o espírito da festa conduzem a situações de puro descontrolo! No dia seguinte, é que se avaliam as consequências…
A noite da passagem de ano é sempre um enigma para muitos. Há quem opte por ficar em casa de amigos, outros alugam uma casa num sítio longe da sua residência (talvez para fazer loucuras, e assim ninguém os conhece) e, outros ainda, decidem ir passar essa noite a uma das ‘capelinhas’ da moda por um preço exurbitante.
Claro que não nos podemos esquecer do Jet Set! Trajados a rigor, aí vão eles e elas nas suas ‘bombas’ (algumas ainda por pagar) desfilar até ao local da passagem de ano, onde vão exibir o seu vestido feito por um costureiro português ou, quiçá, por um italiano.
Seja como for, a passagem de ano é indicada para serem esquecidas as regras da boa educação, embora apenas por alguns momentos, dando pulos à meia noite, adoçando a boca com algumas bebidas, e apanhar um valente banho de champanhe (se calhar até é espumante em vez de champanhe, mas pronto!) sem ter que estar com medo de estragar o vestido do dito costureiro. (eu até compreendo porque não fui eu que o paguei, mas há sempre uma solução: não os comprem tão caros!).
E, nesta passagem de ano, tente não pensar na coisas menos louváveis que fez: traiu a sua amiga dizendo-lhe que o namorado dela não prestava, apenas porque ela não lhe dá a devida atenção, roubou aquele casaco de peles à sua irmã, sem ela ter dado por nada, e queimou-o com um cigarro. Além disso, bateu com seu carro no BMW do seu vizinho ( um dia também terá um, e será ainda mais bonito!), seguiu calmamente para casa, foi comer pipocas e, de seguida, foi ver ‘O Exorcista’. Afinal, ele pode muito bem pagar a despesa!
Quando chega meados de Dezembro é uma correria para decidir qual o local de eleição da noite de passagem de ano. A Serra da Estrela, Algarve (mais agitado), Lisboa e o Alentejo (bem mais calmo) são os sítios escolhidos pela maior parte das pessoas que conheço.
Cada um com uma forma diferente de entrar no novo ano: uns já estarão bem bebidos por volta das 22 horas (à meia noite julgam ser já 5 da madrugada), outros terão que se limitar a beber água por causa da condução (azar! Vão de transportes que também é muito bom!), mas outros, igualmente adeptos deste ritual mítico, optam por protagonizar verdadeiras loucuras- ir tomar banho na praia (está certo que a água do Algarve não é muito fria, mas…) ou então decidir deitar-se na estrada à espera que um carro os venha ‘cumprimentar’.
Sim, foi isso mesmo que leram! Nas passagens de ano que englobam uma grande multidão, género Praça Sony ou em Belém, a confusão nem deixa descortinar qual o mais louco ali presente.
Em cada grupo há um mais irreverente que o outro, quer seja pela roupa, pelo estado alcoolizado ou mesmo pela falta de piada, embora alguns se julguem o maior palhaço da festa. Lógico que não imaginamos os nossos Jet Set’s misturados com a plebe, na iminência de levarem com algum copinho de champanhe em cima, ou de as passas não serem devidamente importadas. Misturados com o povo, nem deslumbram nos seus fatos luminosos (aposto que em qualquer Reveillon dos Vips tudo será dourado, desde o vestido, à maquilhagem, à bijuteria, à…OK, o resto também já não sei se está pintado de dourado!).
Ah! Aconselho também a não irem com o cabelo muito ‘armado’, porque não vale a pena!
As previsões são de vento e chuva, portanto lá se vai o penteado!) No Norte, Sul, na rua ou no Reveillon mais chique da cidade, a noite de passagem de ano é para ser comemorada com toda a alegria que há dentro de si.
Esqueça esses quilinhos a mais, a infidelidade do seu namorado, os maus tempos que vive no seu emprego, e divirta-se ao máximo na passagem do milénio. Todavia, e lá porque não vai voltar a assistir a uma mudança de século, não significa que faça tudo aquilo que lhe der na gana.(guarde algum juízo de sobra!). Modere os seus impulsos, pois o perigo de o mundo acabar foi só no ano passado, e agora já não vai ter desculpa. Imagine que no dia seguinte está com uma bruta de uma ressaca, numa casa que não conhece, com um maço de tabaco ‘Camel’ ao seu lado, marca que você não fuma, e com um amontoado de roupa à sua frente. Afinal, o que sucedeu???? Se agora as previsões e as suposições são mais que muitas, resta saber o que realmente se constatará no dia 2 de Janeiro. Como isso permanece no segredo dos deuses, vamos apenas especular e esperar para ver qual o género de situações que abrem as portas ao novo ano.
Entre com o pé direito, e coma as dozes passas enquanto pede os desejos! Espero, sinceramente, que um desses desejos seja para não ficar de ressaca no dia 2 de Janeiro! Um Feliz Ano Novo!