O Circo à Volta do Mundo

1953
O Circo à Volta do Mundo
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O Circo à Volta do Mundo

Malabaristas, leões, trapezistas, ilusionismo é a partir destes pilares que se constrói o circo, mas a alma do circo são os palhaços. Vamos conhecer um pouco da história da arte circense.

Porque é que o circo fascina tantas pessoas? Novos e graúdos fazem do circo um divertimento, e é exactamente pela altura do Verão que o circo começa a fazer as delícias de todos. Na cidade ou na aldeia, o circo monta o seu cenário e contagia todos. Sem que se consiga chegar a um veredicto conclusivo e unânime quanto à sua origem, a história do circo remonta há muitos séculos atrás. Há quem afirme que as raízes do circo estejam na Grécia, outros no Egipto, na antiga URSS, ou até mesmo na China.

As raízes do circo podem estar nos hipódromos da Grécia antiga, ou mesmo no grande Império egípcio, onde na altura já se domavam animais. Os espectáculos iniciavam-se com uma procissão, apresentando cortejos que tinham como intuito festejar o regresso das guerras.

Assim, homens fortes conduzindo os vencidos como escravos e animais, desfilavam nas ruas exibindo as suas vitórias. Todavia, afirma-se também que as artes implícitas ao circo surgiram na China. Pinturas de há quase 5.000 anos demonstram já a existência de acrobatas, contorcionistas e equilibristas nesses registos. Os próprios guerreiros eram obrigados a desenvolver a acrobacia nos seu treinos e, só mais tarde, a esta arte se juntou a graciosidade a que hoje assistimos no circo.

Na história do circo é importante destacar a importância da ex-URSS. Corria o ano de 1921, quando o novo governo soviético decidiu criar uma escola de circo. Na altura convidou o prestigiado director de teatro Vsevolod Meyherhold para dirigi-la, e o resultado final não poderia ser melhor: as raízes do circo e a vanguarda do teatro originaram uma escola de qualidade ímpar. Ao teatro e às artes circenses juntou-se ainda a dança clássica e, posteriormente, os padrões do espectáculo seriam remodelados dando uma particular importância à música e ao próprio conceito ‘espectáculo’.

Nem só em países como a Grécia, URSS, ou Egipto os ‘espectáculos de habilidades’, pois na altura eram apenas isso mesmo, faziam sucesso e moviam interessados. Na Índia, por exemplo, os números de contorção e saltos eram parte integrante e obrigatória de espectáculos sagrados, aos quais se juntavam as danças, música e canto. Em Roma, outra local dado às artes circenses, os primeiros espectáculos eram realizados em anfiteatros, onde capacidades humanas invulgares eram mostradas aos olhos de todos. Essas actuações passariam posteriormente a ser apresentadas em praças, feiras ou átrios de igreja, acentuando-se assim uma ligação ainda mais próxima com o povo.

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Conservando muitos curiosos e apreciadores destes espectáculos, estas artes exibidas por seres humanos, acrobacia, malabarismo, magia, passaram a fazer parte integrante de feiras e eventos populares. Em pleno século XVIII já eram comum assistir-se a inúmeros viajantes que viajavam de terra em terra para demonstrar as suas habilidades. Mas, o circo desenvolveu-se fortemente a partir de 1770, com a criação do Astley’s Amphitheatre.

Inaugurado em Londres por Philip Astley, era este que dirigia e apresentava o espectáculo, esta forma de modelo de circo seria o ponto de partida para o impulsionar da arte circense pelo mundo inteiro da forma como hoje a conhecemos, com cavalos, situações hilariantes, nas quais brota a figura do palhaço, além dos momentos de malabarismo, acrobacia, magia, entre outros, mas todos estes muito mais elaborados do que antigamente.

No entanto, a palavra ‘circo’, propriamente dita, apenas foi utilizada em 1782 quando Charles Hughes fundou o Royal Circus. Assim, iniciou-se uma nova filosofia relativamente aos circos: os circos permanentes. Em muitas das grandes cidades europeias existiam circos permanentes, além dos circos ambulantes que, de tempos a tempos, visitavam novamente as cidades e as aldeias. A arte circense manteve-se sempre firme às suas tradições, alegrando e divertindo novos e velhos.

Ainda que os seus tempos de maior euforia tenham já passado, a verdade é que o circo continua a percorrer Portugal, e o mundo, numa atmosfera de magia, heroísmo, diversão e excentricidade. Grandes famílias circenses mantêm ainda o nome bem vivo, e um pouco por todo o lado o circo conserva a magia de outros tempos. Acrobatas, trapezistas, ilusionistas, domadores, todos eles mantêm viva a família do circo. Mas a alma deste ‘mundo’ será sempre uma: o palhaço- figura que ri e chora à mercê dos tempos e das histórias que conta.

Meninos e meninas, Senhores e Senhoras, o circo chegou!

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