O Teatro Cinearte reabre hoje, dia 4 de Setembro, as suas portas apresentando uma programação teatral variada! Para saber melhor o que por lá se vai passar, fique pois com as produções para o mês de Setembro:
Teatro Cinearte
De 4 a 8 de Setembro, estará em cena a peça “Deus e o Mundo”, da Companhia de teatro C.A.I.R-TE do Porto, pelas 21.30h
‘Deus e o Mundo’ é um monólogo, num acto público, como define o próprio autor, onde William Gavião interpreta sete personagens. A peça conta a história de Deus que, ao criar o mundo, não dispõe de verba para pô-lo em prática. Decide então recorrer aos subsídios, mas o seu projecto é incompatível com a política cultural vigente.
O único a comprar a sua ideia, é Judas: o primeiro mecenas do mundo, antes mesmo do mundo existir. Assim, com as trinta moedas que recebeu por haver traído Cristo, Judas financia o projecto da Criação do Mundo e Deus, finalmente, viabiliza a sua obra, sem saber que se trata de dinheiro lavado com o sangue do próprio filho.
O espectáculo conduz a uma reflexão sobre o estado da cultura em Portugal, e os critérios de avaliação na candidatura aos subsídios. Todavia, qualquer semelhança com pessoas ou factos reais, será mera coincidência.
Texto de Thomas Bakk, encenação e interpretação de William Gavião.
Da Companhia de teatro C.A.I.R-TE, estará em cena a peça infantil “Ouve lá, que eu conto cá” nos dias 7 e 8 de Setembro, pelas 17.30h.
O texto consiste em quatro contos populares de origem portuguesa, adaptados pelo escritor e dramaturgo brasileiro Thomas Bakk, que manteve o estilo literário com o intuito de resgatar a tradição oral dos contadores de histórias.
A encenação é de William Gavião que teve o cuidado de extrair das palavras o gestual e as acções dramáticas necessárias para despertar na criança a imaginação. O elenco é composto pelas actrizes: Maria Elisabete Duarte, Manuela Dinis e Cristiana Teles que interpretam mais de quinze personagens. Para isso, utilizam-se poucos elementos.
Apenas um figurino básico, alguns adereços, mas principalmente a oralidade expressiva, como faziam os trovadores desde a Idade Média. Este é um espectáculo destinado a crianças a partir dos cinco anos de idade, mas que com toda a certeza agradará também aos adultos.
O objectivo é incentivar a leitura por intermédio das histórias que atravessaram varias gerações, por diversos países, e, á medida que são contadas e recontadas, têm a possibilidade de mostrar aspectos das múltiplas culturas que os contadores de histórias preservaram e difundiram por esse mundo fora, através dos tempos.
Dias 11, 12 e 13 de Setembro, pelas 22h, estará em cena a peça “O Veneno do Teatro”, de Rodolf Sirera, uma produção da companhia ENTREtanto Teatro.
“O Veneno do Teatro” de Rodolf Sirera é uma comédia negra em forma de diálogo entre um aristocrata e um actor. A acção desenvolve-se num salão nobre e sórdido, especialmente preparado para uma actuação mortífera. Tudo começa com uma discussão sobre o sentido do teatro, onde a sedução pela perversão domina toda a cena.
Escrito em 1978, em catalão como todas as obras do autor, “O Veneno do Teatro” espelha o jogo dramático escondido nas magias e nas misérias da arte de representar. Originalmente, destinado à televisão – onde se estreou no mesmo ano em que foi escrito – “O Veneno do Teatro” tem sido traduzido em vários idiomas e apresentado por companhias de teatro em toda a Europa.
Encenação e Cenografia de Tereza Aline e Interpretação de Junior Sampaio e Pedro Mendonça
“A Cor das Cerejas” de Rui Café, também uma produção da mesma companhia, estará em cena dias 14 e 15, pelas 22h, e dia 16, pelas 17h.
“A Cor das Cerejas” é um espectáculo teatral de inspiração narrativa. Mas não é um simples repertório de contos. É uma matéria cénica que se compõe de uma série de histórias que compartilham uma identidade essencial. Identidade no aspecto temático, pois todos os contos, que lhe dão corpo, têm como motivo literário (épico) o que se chama a “tragédia dos erros” .
Este motivo, repetido em todas as tradições populares e cultas, informa-nos uma macabra brincadeira: alguém que quer prejudicar o seu inimigo, e por azar, prejudica uma pessoa querida. Em “A Cor das Cerejas” este motivo repete-se de três modos, em três variações harmónicas. Nestas tragédias há sempre um pouco de humorismo que tem origem no absurdo.
O absurdo da morte não faz mais que evidenciar o absurdo da vida e as paixões dos seus protagonistas. A sensação de ser vítima de uma brincadeira é comum aos protagonistas das tragédias. Por isso há pessoas que riem e pessoas que choram. Deve-se deixar ao gosto e à sensibilidade dos espectadores.
A Barraca retomará o espectáculo “Um Inverno debaixo da Mesa”, a partir do dia 20 de Setembro, de Quinta a Sábado, pelas 21.30h, e a peça “A Relíquia”, aos Domingos, pelas 16h, a partir do dia 23 de Setembro.
Estreia também na Sala 1 “Havemos de Rir”, de Mª Judite de Carvalho. Uma encenação de Mª do Céu Guerra, com Mª do Céu Guerra, João d’Ávila, Carla Alves, Alexandre Ferreira e Sara Noronha