Carnaby Street, anos 60. Centro da cultura pop emergente, esta rua londrina fervilhava de ideias inovadoras. Jovens com roupas coloridas percorriam esta rua, para cima e para baixo, não deixando ninguém indiferente. Foi precisamente aqui que uma jovem inglesa deu a conhecer ao mundo uma peça de roupa que, rapidamente, se tornou famosa – a mini saia. E de repente as pernas saíram à rua…
A mini saia
Para Mary Quant, a moda era tudo menos aborrecida. Segundo esta estilista, os jovens deviam vestir roupa adequada à sua própria personalidade e espírito. Nada de imitar os mais velhos – o que se queria era um vestuário divertido, irreverente e, também, barato.
A mini saia não fugia à regra. Criada em 1966, desde logo foi motivo das mais diversas opiniões. Se havia quem a considerasse como uma grave ofensa aos bons costumes, outros havia que a idolatravam.
O que é certo é que uma mini saia e umas botas pelo joelho foram, rapidamente, adotadas pelas raparigas mais jovens, sedentas de algo que quebrasse com todas as tradições. Eram pernas por todo o lado. Depois de séculos cobertas, elas eram agora mostradas sem pudor, tal como são.
Apesar de, pouco a pouco, as bainhas terem começado a subir, nunca ninguém se tinha lembrado de as reduzir a tal ponto.
Lulu e Twiggy foram apenas algumas das modelos que “ajudaram à festa”, ajudando a espalhar a invenção de Mary Quant um pouco por todo o mundo. Sob a influência da pop art, motivos dos mais diversos serviam de inspiração para criar as mais irreverentes mini saias. Meias e collants divertidos completavam o figurino.
Esta foi uma peça de vestuário que marcou, decisivamente, os anos 60, trazendo consigo a libertação sexual em Inglaterra. As mulheres podiam agora assumir, de forma livre e consciente, o seu corpo e a sua própria sexualidade, longe das regras ditadas pelos homens. Elas agora tinham poder de decisão sobre o que podiam ou não usar, sobre o que podiam ou não fazer.
A mini saia tornou-se, assim, uma maneira das jovens exprimirem a sua nova liberdade. E ainda hoje continua a ser um motivo para o desvio de muitos olhares.