Eça de Queiroz: Cem anos depois

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Eça de Queiroz
Eça de Queiroz
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A ironia, a crítica social, o saudosismo do seu país natal, sempre foram as peças predominantes das  obras de Eça de Queiroz.

No ano de 1845 a cidade da Póvoa do Varzim, assistia ao nascimento daquele que viria a ser um dos fundadores do Realismo Português. Discípulo assumido de Antero de Quental, Eça de Queiroz traria a sociedade portuguesa para o dorso dos seus livros…

Eça de Queiroz, estudou Direito na tradicional cidade dos estudantes, onde privou com nomes sonantes da famosa e sólida Geração de 70. Aí, tornar-se-ía amigo íntimo do líder desse movimento, Antero de Quental. A sua teoria acerca do Realismo seria exposta posteriormente, nas célebres conferências do Casino Lisbonense.

José Maria de Eça de Queiroz, assim é o nome completo deste escritor, entregou-se à carreira diplomática em Cuba, Paris e Newcastle. Nos momentos de distanciamento do seu país, Eça de Queiroz escrevia sobre a sociedade do país que o vira nascer, utilizando a ironia como ponto de partida para a sua escrita.

Cem anos passados após a sua morte, as suas obras são conhecidas do grande público e os seus escritos fazem ainda parte dos programas escolares. Obras como, “Os Maias” ou “O Crime do Padre Amaro”, são referências portuguesas do ponto de vista cultural e literário inesquecíveis.

Eça de Queiroz foi o renovador do romance português, estruturando de outra forma a análise social, política, psicológica e cultural do pensamento humano. Além do mais, Eça tinha aquele dom de revestir com outra capa, as personagens, sentimentos e linguagem dos intervenientes dos seus livros.

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Eça de Queiroz

Apresentou-se sempre como sendo um homem dinâmico socialmente. Do seu curriculum destacam-se as suas vertentes de escritor, ensaísta, jornalista, epistológrafo e ocupante de alguns cargos políticos. Pela sua vasta experiência na sociedade, Eça de Queiroz foi sempre um crítico realista e bastante rico linguisticamente.

Como um dos principais fundadores da corrente Realista, acerca desse movimento, comentou o seguinte: “O Realismo é a negação da arte pela arte, é a prescrição do enfático e do piegas (…). O Romantismo era a apoteose do sentimento; O Realismo é a anatomia do carácter, é a crítica do homem(…) para condenar o que houver de mau na sociedade”.

Estas palavras são um retrato perfeito da sua vasta obra, que cem anos volvidos ainda se mantém presente no quotidiano literário. Da sua fase Romântica destaca-se o livro “O Mistério da Estrada de Sintra”, seguindo mais tarde pela veia do Realismo, onde surge uma lista infindável de obras como:

Numa fase Social-Nacionalista, “A Cidade e as Serras” ou “Últimas Páginas”, este publicado em 1912 após a sua morte, são obras de realce deste seu último momento de escrita. Posteriormente, foram publicados artigos de livros e revistas, como foi o caso de “Dicionário de Milagres”, que vieram enriquecer ainda mais o extenso espólio deste crítico do social.

A 16 de Agosto de 1900, na capital Francesa faleceu no conforto do seu lar, José Maria Eça de Queiroz, deixando a todos nós uma riqueza incalculável de escritos. A ironia, a crítica social, o saudosismo do seu país natal, sempre foram as peças predominantes das suas obras.

O que convém realçar é que o escritor faleceu, embora as suas obras persistam ao passar do tempo… A Mulher Portuguesa deixa aqui esta simbólica homenagem.

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