Crónica: Israel acordou e deixou de pedir licença

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Israel acordou
Israel acordou
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É altura de lhes dizermos: “basta!” e não deixarmos que tão poucos tornem tantas vidas,lindas, num autêntico inferno. Afinal, Israel são só 2%!

Israel acordou e deixou de pedir licença aos EUA para se defender contra o terrorismo. Aleluia! A história ainda rezará os feitos dos israelitas contra os países árabes. Realmente Israel com os seus 6 milhões de habitantes é David que tem lutado em várias guerras, que lhe foram impostas, contra Golias os estados árabes seus vizinhos e os palestinianos.

Israel acordou

A realidade, que ninguém tem querido enfrentar, é que Arafat apoia os vários grupos terroristas palestinianos e dá-lhes guarida, começando pela sua própria Frente de Libertação da Palestina chegando ao Hamas.

Esta é a verdade, nua e crua, e deixar que isto passe impunemente, como tem acontecido, é dar um sinal aos terroristas de todo o mundo que, afinal, em certas situações o terrorismo é aceitável ou, pelo menos, tolerável. Isto nem os EUA, nem a Nato nem a União Europeia se podem dar ao luxo de continuar a fazer.

Ou será que os israelitas – os judeus – continuam a ser carne para canhão? Ouvi pela primeira vez esta noite o Presidente Bush desejar as melhoras aos civis israelitas vítimas de ataques terroristas.

Será caso para dizer – à bom americano – “Aleluia brother!”

Os palestinianos manifestaram-se durante um ano nas suas ruas contra os EUA mas aquele país nem pestanejou. Dia 11 de Setembro quando me telefonaram a dizer que a primeira torre tinha sido atingida eu disse friamente que estávamos à espera de um grande ataque terrorista nos EUA ou na Europa desde Maio para que o Mundo acordasse. A minha frieza pode ter chocado tanto mais que tinha um familiar num congresso médico em Nova Iorque e dois dos nossos filhos vivem na Florida.

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Mas vejamos o que se passa na Palestina. Existe um grande descontentamento em relação a Arafat e à forma como ele tem exercido o poder enquanto Presidente da Autoridade Palestiniana. O director de um grande jornal árabe em Inglaterra disse que o guerrilheiro Arafat, que pusera a Palestina no mapa, não soube tornar-se um estadista. Segundo as suas palavras em vez de construir o Estado da Palestina criou, quanto muito, o país de Arafat.

Prossegue dizendo que Arafat não fundou instituições democratas nem deu o exemplo de um governo incorrupto mas montou nove serviços secretos e possui uma força policial com 45.000 elementos.

Resultado a Palestina é o país com maior número de agentes secretos per capita, no mundo segundo a mesma fonte que acrescenta ainda que se alguém se opõe a Arafat este utiliza a tortura e outros métodos de persuasão igualmente inaceitáveis.

Existem palestinianos que não querem violência, eles são políticos, empresários, economistas, professores e artistas, trabalhadores manuais. Há uns meses um grupo destes, incluindo vários notáveis, ofereceu-se para ajudar a negociar paz com Israel e ajudar a construir o Estado da Palestina.

Arafat recusou

Segundo a sua ex-portavoz, e outros, ele tem afastado do seu governo todas as pessoas que não o seguem incondicionalmente ou que não aceitam a corrupção vigente no seu governo.

O braço direito de Arafat na Cis-Jordânia, liderando uma grande manifestação da entifada, disse que ele e os seus colegas do interior não iriam acatar os pedidos nem as ordens de Arafat para acabar com a violência enquanto não forem ouvidos por Arafat e chamados para integrar o governo, pois são eles que representam realmente o povo e que Arafat não os pode continuar a ignorar.

Ora como lhe convém bem a ideia que o grande inimigo do povo palestiniano são os israelitas, os judeus, e que a população ande nas ruas a protestar contra estes, contra os Estados Unidos e a auto-martirizar-se.

Arafat, com o apoio económico que recebeu, criou emprego na Palestina para que milhares de palestinianos não continuem a ter que ir trabalhar em Israel diariamente para sustentar as suas famílias? Não. Deveria montar pelo menos um sistema de transporte para estes trabalhadores, que se vêm obrigados a caminhar durante horas diariamente, e que trazem de volta bens e dinheiro?

Ao dar guarida e deixar os grupos terroristas palestinianos actuarem impunemente em Israel, prejudica em primeiro lugar os milhares de palestinianos que trabalham naquele país que se vê obrigado a não os deixar entrar com receio de mais ataques terroristas. Só o Hamas já realizou este ano mais de 30 ataques terroristas suicidas em Israel.

Um estadista não pode agradar a gregos e a troianos, tem que fazer opções.

Se quer a paz não pode permitir a violência e tem que criar instituições democratas onde o povo tenha os seus representantes e se faça ouvir. Se quer prosperidade tem que criar emprego, construir infra-estruturas e fomentar a estabilidade. Se não está a atraiçoar o seu povo.

Onde é que estão as escolas novas, as estradas, as casas, os hospitais, os transportes, as novas empresas e fábricas e o desenvolvimento da agricultura que deveriam ter sido construídos com a ajuda económica que Arafat, e o seu governo, recebeu em nome do povo palestiniano de muitos países incluindo da União Europeia?

Se não foram criadas então onde é que está o dinheiro? Alguém tem que prestar contas. O povo não pode continuar a ser enganado, maltratado e sacrificado na rua pelos seus próprios governantes e grupos terroristas que o exorta ao martírio, chegando ao suicídio, por uma vida melhor no céu já que aqui não lha sabem dar. No entanto a família do suicida recebe ajudas importantes para o resto da vida, casa, educação, reconhecimento, uma pensão e mais.

Se tivermos em linha de conta que na cultura árabe o filho deve sustentar o pai afinal ser terrorista suicida afinal até lhe permite desempenhar as suas obrigações para com a família. Estranho.

Não é por acaso que muitos muçulmanos de vários países árabes dizem que os EUA tem que os ajudar a viverem como os americanos vivem, ou seja em prosperidade e em democracia. A aberração é que alguns dizem-no e depois defendem quem ataca os EUA. O próprio Arafat já pediu aos EUA que ajudem a Palestina como têm ajudado Israel.

Os EUA e os seus Aliados viram-se com um problema semelhante no final da segunda guerra. A Alemanha e o Japão, dois países ditatoriais, que provocaram uma guerra a nível mundial e que perderam, jaziam destruídos.

A Alemanha perdeu parte da sua capital (Berlim Este) e do seu próprio território a Alemanha de Leste. Estes dois países receberam ajudas elevadíssimas económicas e técnicas, através do Plano Marshal. A partir dos escombros construíram casas, estradas, hospitais, escolas, indústrias empresas etc.

Em troca não puderam ter os seus exércitos, os responsáveis pelas maiores atrocidades foram julgados e condenados e os EUA e a Nato montaram bases militares em solo alemão.

A Alemanha ficou pois protegida de ataques de extremistas internos assim como defendida de ataques exteriores, e sem ter a onerosa despesa da sua própria defesa. Foi-lhes dada a possibilidade de se reconstruírem mas não a de destruírem.

Hoje, cinquenta anos depois, a Alemanha lidera a economia Europeia e o Japão a Asiática. A nível mundial são precedidos apenas pelos EUA. O que estes países não conseguiram alcançar através da guerra conseguiram-no através da paz. Mais ainda, foi após anos e anos de viver em paz com os seus vizinhos e o resto do Mundo que a Alemanha veio a recuperar mais parte da sua ex-capital e do seu território, Berlim Este e a Alemanha de Leste.

O mesmo se aplica à Palestina. O Estado de Israel foi criado pelas Nações Unidas há mais de 50 anos. No dia seguinte foi atacado por todos os países árabes seus vizinhos, que exortaram os palestinianos residentes em Israel, e que eram cidadãos de pleno direito do novo estado, a fugirem. Os países árabes foram derrotados e têm-no sido nas diferentes vezes que têm declarado guerra a Israel.

Paradoxalmente, Israel é o único país onde os palestinianos são cidadãos de pleno direito e com partido político detendo 5% dos lugares no parlamento (5% de deputados e uma mesquita dentro do edifício). Têm direito e igualdade no acesso à educação, à saúde, ao emprego, à segurança social.

Para além do sistema público têm também as suas escolas, associações e clubes. Naturalmente detêm todos os tipos de graus académicos e de profissões: não são obrigados a fazer o serviço militar (enquanto os judeus não ortodoxos são). Todos têm direito a um passaporte e a entrar e a sair livremente do país.

Muitos dos palestinianos que fugiram para outros países árabes ainda vivem hoje em campos de refugiados (alguns há mais de 30 anos como no Líbano). Só têm acesso à educação e à saúde se houver vaga. Isto na prática significa que a maioria dos jovens não têm acesso ao terceiro ciclo nem ao ensino universitário. Se têm trabalho normalmente é muito mal remunerado e não têm um partido político que defenda os seus interesses.

Como muitos se queixam nem passaporte têm, ou seja os países árabes nem asilo político lhes deram, o que quer dizer que não podem emigrar à procura de melhor vida. Mas isto não deixa de ter a sua lógica pois assim estes países têm uma farta mão de obra barata que eles exploram convenientemente (veja-se o Kuwait) e elegem como sendo os maus da fita e todos os seus males os judeus, os israelitas.

Chegou a altura dos EUA, os seus aliados e a NATO porem cobro à instabilidade palestiniana e de impedirem que o conflito e o terrorismo existente no Médio Oriente se alastre ainda mais, quer para o interior dos seus próprios países quer a nível mundial.

Além disso, moralmente não podem por um lado defender o direito de perseguirem Osama Bin Laden e de invadirem o Afeganistão em nome do direito à sua própria defesa e em prol da guerra ao terrorismo e, por outro lado pedir aos israelitas que abdiquem do seu direito à auto-defesa, não entrem pela Palestina e não capturem os terroristas que aí têm guarida e que Arafat, supostamente parceiro num processo de paz, se recusa a prendê-los e a julgá-los.

Na minha opinião o governo israelita deveria, no mínimo, recusar Arafat como interlocutor no processo de paz. Deveria exigir palestinianos que sejam contra a violência e que não dêem guarida a terroristas e que tenham realmente como objectivo a prosperidade do povo palestiniano.

Arafat foi ele próprio um terrorista e fundou uma organização terrorista responsável por “Novembro Negro”, a Frente de Libertação da Palestina. Houve um período que atacava Israel a partir da Jordânia mas atacou e pilhou vilas na Jordânia e até matou soldados daquele país ao ponto de terem sido declarados persona non-grata e expulsos da Jordânia onde grande parte do povo é palestiniano.

E, como tem acontecido ao longo da história um militar – neste caso o guerrilheiro e terrorista Arafat – não soube tornar-se num estadista.

Se os EUA, os Aliados e a União Europeia continuarem a receber Arafat, a deixar que este dê guarida a terroristas e a pedirem aos israelitas que não se defendam nem capturem os terroristas, só poderei concluir que afinal os judeus continuam a ser o bode expiatório para todos os males, cidadãos de segunda classe que podem ser exterminados tal como aconteceu há 50 anos na Alemanha Nazi. E, note-se bem, já nessa altura com conhecimento e a conivência, dos países aliados.

Nos dias seguintes ao 11 de Setembro fiquei admirada que ninguém tenha apresentado pesamos às famílias israelitas das vítimas dos ataques suicidas terroristas em Israel nem ao governo israelita. É caso para concluirmos que os americanos e os ingleses não podem morrer mas os israelitas (leia-se os judeus) podem.

Mas culpar os judeus pelos problemas económicos e pela consequente instabilidade social na Alemanha não resolveu nada. Os problemas aumentaram e as tentativas de os resolver tornaram-se cada vez mais aberrantes e ineficazes. A Alemanha em vez de resolver os seus problemas internos acabou por invadir outros países e provocou uma guerra que se tornou mundial.

Cinquenta anos depois a Palestina, responsável pela morte de muitos milhares de judeus na Alemanha Nazi, (ao comunicar à Alemanha que não estava em condições para receber vários barcos cheios de judeus em conivência com os alemães que os exterminaram) está a fazer o mesmo. Naquela altura a morte de milhões de judeus não trouxe a prosperidade nem a paz ao resto do mundo.

Agora, ser-se conivente com a morte de milhares de judeus por terroristas também não resolveu os problemas de económicos e de instabilidade da Palestina. Ninguém parou a Palestina, o terrorismo tem-se propagado e estamos envolvidos numa guerra de contornos mundiais e que todos estamos a pagar com os nossos impostos.

O território do Estado de Israel era, à data da sua constituição, principalmente composto por deserto e grandes extensões pantanosas, onde a pobreza, o analfabetismo e a falta de infra-estruturas era gritante.

Os judeus começaram a transformá-lo num país próspero, com a participação dos palestinianos e outros árabes de cidadania israelita. De novo começou a cobiça e os ataques de quem vivia com eles ou a paredes meias. São culpados mais uma vez pela instabilidade económica e social e muitos já morreram.

Desde o processo de paz iniciado em Oslo já morreram quatro vezes mais israelitas do que até aquela data. O processo de paz não lhes trouxe mais segurança mas sim mais mortes.

Israel é um Estado de pleno direito criado pela ONU há mais de cinquenta anos na altura com parte de Jerusalém como capital. A Palestina e os países árabes perderam guerras sucessivas com aquele país. A Palestina deve ser tratada como a Alemanha foi. Os EUA o seus aliados e a NATO devem negociar um plano de ajuda económica e tecnológica, tipo plano Marshal para o novo Estado da Palestina.

Como troca devem ter a sua presença militar em exclusivo no território deste novo país e assegurarem a constituição de instituições democratas (que representem efectivamente os interesses do povo) assim como órgãos que assegurem a defesa dos direitos humanos das mulheres e das crianças.

Os países árabes vizinhos também devem ter que ajudar economicamente. Estas forças militares serão as únicas existentes no território. Tal como aconteceu na Alemanha, estas existirão para proteger o Estado da Palestina de ataques do exterior (o que tranquilizará os palestinianos em relação às possíveis incursões de Israel no seu território).

Também protegem o povo e o Estado de ataques internos de grupos terroristas internos (e externos) caso aqueles insistam em utilizar a força para se fazerem ouvir em vez das instituições democratas nas quais se podem fazer representar e ter voz activa.

Em relação ao território do novo Estado da Palestina este será naturalmente mais limitado do que os palestinianos gostariam, tal como aconteceu com a Alemanha no final de segunda guerra mundial.

Existem leis internacionais que devem ser aplicadas porque a realidade é que as Palestina (e os outros estados árabes) terão que se conformar com o facto de que atacaram Israel e que perderam várias guerras, incluindo a última.

De acordo com estas leis Israel tem o direito de fazer as suas exigências a nível da sua própria segurança, que inclui não voltar a ser atacado, para poder assinar um tratado de paz.

Os EUA tremeram com um ataque terrorista. Israel vive há 50 anos com terrorismo oriundo da Síria, Líbano e Palestina. Já perderam muito mais do que 5.000 vidas. O turismo e a sua economia está afetada não há três meses, a última crise dura há três anos. Em Maio estive em Tel-Aviv.

Eram duas da manhã estávamos na varanda num subúrbio, os palestinianos atacavam a 40 km de. Imaginemos o que é estar em Lisboa com ataques em Santarém. De manhã estávamos a tomar o pequeno almoço num café numa rua principal de Tel-Avi

O trânsito foi desviado e chegou uma brigada especial, a para fazerem despoletar uma bomba a 200 metros de onde nós estávamos. O meu coração batia em ritmo acelerado, à minha volta todos continuavam a tomar o pequeno almoço.

Vi grupos de crianças acompanhadas por professores de metralhadora ao ombro a partirem para uma excursão da escola. Dei comigo a agradecer ao soldado que revistava a minha carteira à porta dum centro comercial, e as histórias sucedem-se.

Os palestinianos têm muito mais a ganhar com a constituição do Estado da Palestina, democrata, com um bom plano de ajuda económica e tecnológica e defendido de ataques externos e internos do que continuar na situação actual porque insiste em ter mais algum território onde só poderá continuar a proliferar a entifada e a pobreza.

Talvez de futuro tenham mais território depois de anos e anos de paz efectiva nas ruas e com Israel. Muitos são os israelitas que dizem que se houver realmente paz eles não se importam de dar mais território aos palestinianos. E talvez aqui a história também se repita.

Por outro lado os cidadãos israelitas judeus que quiserem continuar a viver nalgum colonato que Israel ache por bem passar a pertencer ao Estado da Palestina poderão fazê-lo mas ficarão abrangidos naturalmente pela lei do Estado da Palestina. Quem não estiver de acordo, ou tiver meso, deverá vir-se embora.

O Estado de Israel

O Estado de Israel deverá indemnizar estas pessoas, o que vários dos seus governos já se propuseram fazer no passado.

Tal como houve palestinianos que perderam tudo quando fugiram de Israel, também existem israelitas árabes judeus que perderam igualmente tudo o que tinham quando fugiram dos países árabes em que viviam, tais como o Iraque, Irão, Sudão, Líbano e a Síria e não foram indemnizados. Há judeus cujas famílias vivem há séculos em Jerusalém, em Jafa e noutras

localidades e que, com a chegada dos alemães – antes da constituição do Estado de Israel –, tiveram que fugir e foram os palestinianos que ficaram com o que lhes pertencia. Quando voltaram, depois da constituição do Estado de Israel, os palestinianos não lhes devolveram nada.

Hoje passam todos os dias em ruas onde outrora as suas famílias foram proprietárias de prédios inteiros e tiveram que aceitar esta realidade.

Israel tem acolhido todos os judeus que têm chegado dos países árabes sem nada e integra-os na vida do país tal como tem feito com os dois milhões de judeus provenientes da Rússia e dos países que outrora faziam parte da USSR.

De igual modo deverá ser o novo Estado da Palestina a suportar os encargos com os palestinianos que pretendem regressar para aí viverem.

Nestes moldes, o Estado da Palestina será o primeiro país árabe verdadeiramente democrata e em breve atingirá um bom nível de desenvolvimento, principalmente se desenvolver uma boa cooperação com o Estado de Israel a nível da agricultura, da indústria, das altas tecnologias e do comércio, como tem acontecido em momentos mais calmos.

Igualmente importante, o Estado da Palestina estará defendido de ataques de organizações terroristas, internas e externas, assim como de pressões de outros estados árabes que não queiram ver um povo árabe, e maioritariamente muçulmano, a viver em democracia, alfabetizado e próspero, porque os haverá.

Israelitas e palestinianos

Israelitas e palestinianos estarão de certo modo a serem ultrapassados na resolução do seu conflito mas não se podem admirar. O conflito torna-se insuportável e já ultrapassou as suas próprias fronteiras. Além disso há pessoas a morrerem todos os dias.

É o mesmo que duas pessoas iram a tribunal para que o juiz faça a justiça – que eles não conseguem fazer – tendo em conta o que é justo e o melhor possível para ambos. Os palestinianos terão o seu Estado, paz e desenvolvimento. Israel manterá o seu Estado e também terá paz e prosperidade.

As crianças israelitas poderão ir novamente para a escola tranquilas, os idosos podem esperar pelo autocarro em segurança, os adultos podem fazer compras no supermercado e entrarem no carro e chegarem a casa sãos e salvos.

Israel poderá fortalecer novamente o turismo, e outras áreas da sua economia, grandemente afectado há já vários anos na sequência do terrorismo que tem assolado o país.

As crianças palestinianas estarão na escola em vez de nas ruas a serem utilizadas como escudos humanos. As escolas de formação de terroristas para crianças na Palestina serão abolidas. Os adultos estarão a trabalhar no seu próprio país e a construírem a sua própria prosperidade.

Há 12 anos visitei Israel pela primeira vez. O avião em que viajava descolou escoltado por carros com metralhadoras a saírem pelas janelas e, ao longe, avistei dois tanques junto à pista. Isto passou-se num país neutro a Suíça.

No dia seguinte ouvi falar indiscriminadamente árabe e hebraico nas ruas, nas lojas, nos restaurantes, na praia, por todo o lado onde andei. Afinal judeus e muçulmanos caminhavam juntos na rua, partilhavam restaurantes, cantarolavam as mesmas músicas e os seus vocabulários misturavam-se.

Pensei que realmente a maioria das pessoas são boas e construtivas. Estudara que apenas 2% dos homens são realmente maus e destrutivos e, consequentemente, um verdadeiro perigo para a humanidade. É altura de lhes dizermos: “basta!” e não deixarmos que tão poucos tornem tantas vidas, lindas, num autêntico inferno. Afinal eles só são 2%!

(Por Virgínia Costa Matos autora de “Tabu, Romance Sobre a Violência Doméstica) e “Elevação Vencer a Morte”)

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