Navegar, navegar, mas sem pagar… agora ninguém voa e navegam todos no mesmo barco.
Só após algumas longas semanas começou a acalmar a febre da Internet grátis. De há uns tempos para cá tem havido uma autêntica sangria desatada em direcção aos sites que oferecem este serviço, e a grande maioria dos interessados – desesperadamente interessados! – são os utilizadores regulares da Internet que, para além de astronómicas contas telefónicas (não, não vou falar das tarifas da PT) ainda se viam obrigados a pagar as duras penas uma considerável mensalidade ou um preço fixo por cada minuto de permanência no ciberespaço.
Navegar, navegar, mas sem pagar
“Não está certo”, queixavam-se, “é caro de mais e ainda por cima é lento.” Aqui sim, posso referir-me à qualidade das linhas (de cobre) que formam a rede telefónica fixa. Aquelas que caem a torto e a direito com o vento, a chuva, a trovoada e o sistema de chamada em espera.
Mas voltando ao assunto da Internet grátis… Primeiro começou por ser “fri” e toda a gente passou a “voar onde os outros navegam”, mas a voar muito baixinho, num planador talvez, enquanto os outros continuaram a navegar a todo o vapor. Situação resolvida, agora ninguém voa e navegam todos no mesmo barco.
Depois dos netzeros e dos sapos, também eles “fri”, surge finalmente o serviço “à borlix” em que se paga “nix” e que inteligentemente esperou que todos os outros estivessem saturados para oferecer um serviço “grátix” e de qualidade, porque os clientes são muito menos e não chegam para entupir as comunicações ao ponto de um e-mail levar mais tempo a chegar ao destino do que um simples postal dos CTT.
Sempre nos queixámos de ter o acesso à Internet entre os mais caros da Europa – provavelmente do mundo. Mas agora que é “fri” e custa “nix”, permanece o problema, já que as contas telefónicas continuam a custar os olhos da cara. Porque não – e aqui fica a proposta – a PT oferecer também um serviço tipo “telefonix grátix” para as chamadas de acesso à Internet?
Assim o cidadão português deixaria de estar privado, por falta de recursos, ao acesso à informação. Façam a campanha ao contrário. Para quem prefere pagar uma mensalidade fixa ao respectivo ISP, ofereçam chamadas grátis.
Por enquanto a auto-estrada da informação chega ao nosso território e transforma-se num caminho de cabras… e a portagem ainda é alta demais para os nossos rebanhos!
Cronista da Mulher Portuguesa: Patricia Esteves Nunes