Otários … Otárias. Previnam-se (das)Exclusividades

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Três telefonemas na mesma semana, a insistência na oferta de um brinde, mas perante recusa sistemática, voltaram a insistir, justificando que era “uma peça da Vista Alegre, porque sobraram algumas do stock do ano passado e o nº de telefone foi sorteado por computador”.

Perguntou e advertiu que “se era tipo time-sharing não estava interessada porque não queria comprar nada”. Asseguraram “que não, era só levantar o brinde”. Quiseram saber se era solteira (o que me espantou, mas depois percebi, queriam pessoas que fossem sózinhas e não tivessem ninguém, nem maridos ou filhos que as impedissem da compra para que a pressão e tortura psicológicas fossem mais eficazes).

À chegada, às 17 horas do dia 6/2/2004 referiu que apenas tinha 5 minutos, mas fizeram-na sentar e sempre que pretendia levantar-se era chamado um colega para mais uma informação, passado uma hora a mesma táctica, passadas 2 a mesma movimentação.

Foram 4 horas de insistência permanente em repetições contínuas, somente ao fim das quais a explicação que tinham umas baixelas da Vista Alegre para vender. A entrada foi pelo seu pé, mas a saída foi 4h e meia mais tarde acompanhada pelos algozes (vendedora e gerente) no carro do próprio e com a carrinha de distribuição em cortejo para que a mercadoria fosse logo entregue para não haver tempo para reflexão.

Foi uma jogada eficaz digna do melhor conto do vigário, efectuado, ao que parece, a coberto de entidades bancárias, que criam estas empresas, que têm acesso aos dados dos clientes e que movimentam (supostamente deviam guardar e zelar) o nosso dinheiro.

Só em casa é que os 1.040 não eram euros, eram contos!! Correu a verificar se os preços eram assim altos nas lojas abertas ao público, e encontrou algo parecido por quase metade do preço.

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Custa a crer que haja mentes maquiavélicas que tenham no lugar dos neurónios eficazes máquinas de calcular e que olhem para os seus semelhantes como cash ambulante, assim como pessoas que se sujeitam a aprendizagens para deliberadamente enganarem e vigarizarem cidadãos. Ao que se chega para se “ter um emprego”! Tinha-se transformado, ao assumir à porta de entrada, numa carteira cheia de notas, a sua querida “comissão”. Perante isto, antes os ladrões, sem pele de cordeiro.

Que burrice, BURRICE.

Mas, pergunta-se, não há lei neste país para impedir este tipo de “negócio”, ou antes roubo legalizado? É que não se trata de ter assinado um contrato a que não se tem acesso e haver períodos de desistência. Será que se se chamar um vizinho que habita sozinho, logo nem vão dar pela sua falta, e se ele vier pelo seu pé e a carteira, as jóias e quiçá a vida lhe forem roubadas, também se pode alegar que se veio de livre vontade, a culpa é dele? Será que se for convencido, quaisquer que sejam os meios, a assinar uma doação, nenhum herdeiro poderá judicialmente impugnar a situação e a vigarista (a otária), a oportunista (a otária) ser punida e ter de restituir e pagar por má conduta social? Talvez até ficar impedida de voltar a efectuar tais manobras por um tempo, dentro de uma prisão, ou no caso em análise, encerramento obrigatório da actividade das empresas?

Causa grande repulsa a publicidade mentirosa que foi utilizada, enoja a forma manipuladora e as mentiras sistemáticas e a ocultação da realidade, usada na Exclusividades, entristece constatar a “lavagem ao cérebro” realizada aos funcionários para agirem daquele modo e a fraqueza humana permitido a osmose, indigna a falta de lisura e de honestidade de organismos bancários, irrita o brincarem à legalidade com informações fora de prazo e doi, sobretudo, que neste país se permita o recurso a aldrabices e atropelos à lei com total impunidade.

Otária Mor

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