Eu não sonho! Será isto mesmo uma verdade

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Eu não sonho!
Eu não sonho!
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São muitas as pessoas que habitualmente dizem que – Eu não Sonho. Por vezes dizem-no com estranheza, outras com algum orgulho e outras com pena de não terem acesso às imagens e cenas que acontecem durante o sono.

Eu não Sonho

Todos nós sonhamos, e ao longo de uma noite de 7/8 horas de sono, temos cerca de 5 períodos de sonho, podendo cada um deles comportar várias “histórias”. Cerca de 20 a 25% da noite é passada a sonhar.

O que acontece é que nem todas as pessoas se lembram dos seus sonhos quando despertam.

Aa fases do sono

Uma boa noite de sono nos adultos inicia-se com um sono ligeiro, que evolui para um sono profundo e cerca de uma hora e meia depois do adormecimento começa a primeira fase de sonho – também chamada de sono paradoxal ou de fase REM (rapid eye movement), uma vez que as pálpebras apesar de cerradas apresentam movimentos leves.

Este ciclo repete-se 5 vezes, sendo mais fácil e habitual recordar os sonhos produzidos junto da hora de acordar.

Porque sonham uns mais que outros

Todos conhecemos o prazer de uma noite bem dormida, em que ao acordar, sentimos o corpo relaxado e cheio de energia, e a mente descansada, tranquila e operacional. Aqui o sono cumpriu o seu objectivo de restabelecer a harmonia e o equilíbrio da pessoa após um dia de actividade.

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Quando isto não acontece, é provável que algo de errado esteja a acontecer com os ciclos de sono que não proporcionam o descanso do corpo, facultado principalmente pelo sono profundo, e o descanso da mente, alcançado durante os períodos de sonho.

As pessoas que desenvolvem durante o dia actividades físicas, tendem a ter períodos mais alargados de sono profundo, enquanto aqueles que exercem uma actividade intelectual e de contacto com outras pessoas, costumam ter períodos de sonho maiores.

No fundo durante o sono procuramos, sem ter consciência disso, restabelecer o equilíbrio que nos permite viver bem.

Quando, em experiências laboratoriais se experimentou interromper o sono das pessoas durante os períodos de sono lento, elas acordaram normalmente mais cansadas e com pouca vitalidade. Quando se interrompia o sono paradoxal, (sonhos) as pessoas mostravam-se tensas, irritáveis, com dificuldades de concentração e de memória.

A importância de sonhar

Os sonhos são tão importantes para a saúde psíquica do ser humano, que as mães de bebés irrequietos ou as pessoas que cuidam de doentes, prescindem das fases iniciais de sono ligeiro e profundo para entrar directamente no sonho. Durante os sonhos uma parte do nosso cérebro está a organizar as questões internas e a pôr ordem nas dificuldades que vão surgindo.

De facto, uma noite bem dormida pode alterar a nossa perspectiva sobre determinados acontecimentos, ou facilitar o aparecimento de uma solução genial para um problema que nos incomodava.

Os sonhos são produzidos por aquilo a que costumamos chamar o inconsciente, ou seja, aquela actividade cerebral que existe, sobre a qual não temos memória objectiva, mas que se manifesta em várias situações, acontecimentos ou acções.

O que são os sonhos?

Então, os sonhos são uma porta para o inconsciente, para compreendermos uma parte nossa, que não é acessível pelos canais habituais do pensamento ou da reflexão. São sempre importantes mesmo quando não os recordamos, pois só pelo facto de sonharmos já estamos a promover a reorganização interna.

Porque não recordamos os sonhos

O problema está em recordá-los. E depois em interpretá-los.

Se é daquelas pessoas que nunca recorda os sonhos, anime-se, pois apesar disso, o trabalho essencial está a ser feito.

Quando as pessoas se queixam que não se lembram dos sonhos nocturnos, eu costumo questioná-las sobre o modo como despertam e se levantam. É mais fácil recordar os sonhos quando acordamos tranquilamente, e esperamos alguns minutos antes de saltarmos da cama e iniciar a actividade diária.

Durante esse tempo podemos ter memória de algumas imagens, que à medida que as exploramos se vão constituindo em cenas mais completas.

Recomendo frequentemente que as pessoas escrevam os seus sonhos, pois conforme vamos dando mais atenção ao nosso inconsciente, mais ele se revela permitindo o acesso a cada vez mais sonhos.

Como recordar-se dos sonhos

Outra forma de tentar recordar os sonhos é tomar atenção ao que sentimos quando despertamos; experimente questionar-se sobre o que está a sentir. Por vezes isto é o suficiente para lembrar as imagens nocturnas.

Há um pequeno truque que tem ajudado muitas pessoas a recordar os sonhos; antes de adormecer dê um comando a si mesma do tipo, “eu hoje vou sonhar e quando acordar vou recordar os meus sonhos”. Parece simples, mas é muito eficaz, desde que tenha realmente vontade de saber as “histórias da noite”.

Como os sonhos são uma linguagem do inconsciente, a sua interpretação raramente é literal, mas sobre isso escreveremos noutra altura. Até lá,… bons sonhos!

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