Obrigada, Minha Querida Criatividade

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Hoje vamos fazer o elogio à criatividade – a magnífica capacidade que nos permite encontrar caminhos e trilhos inteiramente inovadores que favorecem as soluções para problemas antigos, ou que nos conduzem a aventuras prazerosas dos nossos quotidianos.

Hoje vamos fazer o elogio à criatividade – a magnífica capacidade que nos permite encontrar caminhos e trilhos inteiramente inovadores que favorecem as soluções para problemas antigos, ou que nos conduzem a aventuras prazerosas dos nossos quotidianos, tantas vezes marcados pelas rotinas entediantes, que nos deixam com a vaga sensação de viver pela metade.

Neste tempo de férias ou de alguma ligeireza trazida pelo verão, podemos propor-nos à grande tarefa de alimentar mais os nossos aspectos criativos e treinar a flexibilidade que é tão necessária nos dias que correm.

Objectivamente, ser criativo é utilizar de modo inovador a realidade que já conhecemos e com a qual convivemos, trazendo ao de cima o potencial de criação que existe em todos os seres humanos. Infelizmente, desde muito cedo somos implacavelmente moldados pela sociedade que exige normalidade e teme a diferença. Veja por exemplo, como no jardim infantil tantas vezes nos dizem que o céu é azul, os telhados vermelhos e o sol amarelo ….

Desenvolver a criatividade na vida adulta pode ser uma tarefa divertida e presente no dia-a-dia. Verifique até que ponto está agarrado a rotinas que para além de conferirem segurança, muitas vezes revelam a nossa rigidez e inflexibilidade. Os resultados podem não ser imediatos, mas com o tempo as pequenas modificações que conseguirmos fazer, trazem as grandes alterações de que podemos necessitar.

Há uma pequena brincadeira, que costumo propor aos meus alunos, e que lhe deixo hoje aqui como desafio e teste ao estado da sua criatividade. Se não conseguir resolver este exercício, não se espante nem se aborreça, pois a maior parte dos adultos tem exactamente a mesma dificuldade. Desenhe 9 pontos equidistantes entre si, 3 numa linha, 3 por baixo dessa linha e outros 3 na linha debaixo; queremos unir estes 9 pontos, utilizando 4 segmentos de recta, sem levantar o lápis e sem percorrer linhas já traçadas; adianto desde já que não há nenhuma rasteira nem nenhum truque. Mais tarde, se for necessário, voltarei ao tema, e darei a solução deste pequeno exercício.

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Depois de verificar até que ponto ainda tem a sua capacidade criativa a funcionar, pode usar algumas pequenas estratégias que mantenham acesas as luzes da criatividade. Vale modificar pequenas ou grandes coisas do quotidiano, que por hábito mantemos estáticas e imutáveis, e que de algum modo representam também a nossa rigidez noutras áreas da vida.

Será que o caminho que faz para o trabalho, ou para casa é sempre o mesmo? Sem se dispor a enfrentar engarrafamentos, experimente alterar um pouco a rota habitual.

O seu lugar à mesa de refeição é sempre o mesmo? Será que não lhe apetece sentar um dia num sítio e noutro, no lugar à frente ou ao lado?

Em casa, faz sempre as mesmas tarefas? Talvez possa experimentar trocar de vez em quando com outra pessoa, ou na impossibilidade disso, veja o que pode modificar no modo como as realiza.

Reveja também a sua alimentação; será que cozinha sempre os mesmos alimentos da mesma maneira? Experimente fazer pequenas alterações ou dê uma vista de olhos nos livros de receitas.

E na sua aparência ou no seu vestuário, à quanto tempo não se atreve a fazer uma pequena alteração? Usa sempre os mesmos penteados, o mesmo perfume, o mesmo estilo, as mesmas cores?

Será que reage sempre da mesma maneira a um contratempo? Experimente outras atitudes; decida por exemplo, não se aborrecer ou não valorizar do mesmo modo esse acontecimento. De preferência convoque o seu sentido de humor para o ajudar a ultrapassar essa dificuldade.

 

Nas férias é sempre mais fácil modificar os hábitos já instalados, mas provavelmente pode fazer ainda muito mais por si. Tente perceber o que realmente lhe apetece fazer e como, para depois verificar até que ponto pode seguir o seu desejo. Liberte-se um pouco dos preconceitos, e sem se prejudicar a si ou aos outros, altere o que puder e quiser. Mais tarde faça disso um hábito que o ajude a viver de um modo mais agradável e entusiasta. Aceite o desafio e verifique que aspectos da sua vida estão imutáveis à demasiado tempo e que não lhe trazem prazer. Comece por aí, ou por onde lhe parecer mais fácil. Faça o favor de se divertir, e de arriscar mudar, pelo menos as tarefas pequenas e insignificantes.

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