As conclusões do XI congresso das Mulheres Empresárias

1961
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Com um balanço positivo, terminou o XI Congresso de Mulheres Empresárias.O próximo terá lugar no Uruguai, onde serão discutidos outros pontos importantes para o desenvolvimento das empresas no feminino.

Terminado que está o XI Congresso IberoAmericano de Mulheres Empresárias, é altura de fazer um balanço acerca desta acção que reuniu em Portugal várias dezenas de empresárias sob o tema da globalização, numa acção conjunta da FIDE – Federação Ibero-Americana de Mulheres Empresárias e da APME – Associação Portuguesa de Mulheres Empresárias.

A Mulher Portuguesa foi saber, junto à presidente da APME, Dr.ª Ana Bela Pereira da Silva o que aconteceu de positivo e negativo, durante estes dias. "Um balanço tem sempre duas vertentes, a positiva e a negativa. Os dois aspectos que correram menos bem, foi que apesar de contarmos com cerca de 200 convidados, as pessoas procuraram mais os encontros bi-laterais e a afluência aos painéis não foi o número de pessoas que estava inscrita. Nesse sentido já estamos a trabalhar para rodear este aspecto. Menos positivo foi também a simultaneidade com outros acontecimentos que tiveram lugar em Lisboa e que impediram que o Presidente da República e o primeiro-ministro estivessem presentes.

Em relação aos aspectos positivos, Ana Bela Silva não hesita em apontar a congregação de interesses das Associações de Empresárias de cerca de 25 países latinos e uma primeira aproximação dos países de expressão oficial portuguesa.

"Tudo correu bem, e em termos paralelos com o Congresso teve lugar a reunião da Junta Directiva da FIME, com a sua Assembleia Geral que decorreram de uma forma muito construtiva e positiva."

Outro aspecto positivo deste encontro "é o reforço entre as Associações e entre as próprias empresárias, com um trabalho em rede e de parceria, o que nos proporciona uma ligação que vai permitir a quem pretenda realizar pesquisas, prospecção de mercados, contactos com empresas de qualquer dos países, o possa fazer com o apoio das respectivas associações que se encarregarão da visita à marcação de encontros de negócios."

O tema escolhido para os painéis foi a globalização, que para a presidente da APME "oferece benefícios e ameaças tal como qualquer fenómeno. É muito importante que as PMEs, mesmo as micro-empresas, tenham consciência de quais são essas ameaças e o que pode representar para a sua sobrevivência e preparar antecipadamente a questão para evitar que essa realidade obrigue ao fecho das portas. Para tal é necessário que tenham consciência das suas estratégias de aproveitamento dessa tecnologia".

O Congresso serviu como uma formação "no sentido de que as próprias empresas têm de estabelecer as suas estratégias e procurar novas tácticas para se prepararem para o mercado da globalização".

De todas as conclusões fica ainda um alerta às empresárias, na forma de actuação: "temos de pensar diferente, porque se os mercados de hoje se alteram, não quer dizer que não seja viável que uma empresa em termos locais prossiga, mas os mercados alargaram-se e as fronteiras dissiparam-se, como consequência da adopção das novas tecnologias, e também como resultado da União Europeia e dos acordo bi-laterais que vão sendo celebrados entre os países latinos e a União Europeia que facilitam o comércio e o investimento, parcerias, troca de experiências e protocolos".

E como não podia deixar de ser o factor Mulher apresenta um peso diferente na discussão: "o facto de sermos mulheres e empresárias dá-nos uma responsabilidade acrescida, um apelo ao fazermos diferente e melhor, porque esta globalização teve fenómenos sociais gravíssimos de exclusão, em que a mulher foi a mais afectada.

É preciso que as empresas, sendo competitivas, não se esqueçam dos recursos humanos e não voltem costas ao desenvolvimento social dos países, e apostem no desenvolvimento com uma humanização da liderança e da gestão dentro das suas próprias empresas. Esta é uma responsabilidade acrescida para fazermos melhor."

Vice-presidente da APME, Dr.ª Isabel Neves considera existirem duas características essencialmente femininas que podem ser muito úteis para o futuro das PMEs "a criatividade, porque a mulher sempre foi um ser muito criativo e soube aplicar muito bem a sua criatividade, e a humanização das relações, porque as mulheres são mais condescendentes, apelamos sempre muito mais à harmonia nas relações e essa humanização tem de ser aplicada no relacionamento com os empregados".

Com um balanço positivo, terminou o XI Congresso de Mulheres Empresárias.O próximo terá lugar no Uruguai, onde serão discutidos outros pontos importantes para o desenvolvimento das empresas no feminino.

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