APAV – o abrigo das vítimas

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APAV - violência doméstica
APAV - violência doméstica
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Nasceram há dez anos mas, o gabinete que a Mulher Portuguesa foi visitar, em Setúbal, só existe há 4 anos. Promovendo o apoio a todas as vítimas Desde casos de agressões com facas, pontapés ou murros, tudo já passou pela APAV.de agressão física e psicológica, a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima fundou espaços de ajuda, nos quais o medo dá lugar aos desabafos e às inevitáveis lágrimas…

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, é um dos locais existentes em Portugal que auxilia e presta serviços, a todas as pessoas vítimas de maus tratos ou de agressões verbais. O atendimento e encaminhamento das vítimas de crime, bem como todo um leque de medidas preventivas, é o principal papel da APAV.

A Mulher Portuguesa foi recebida pela Dra. Conceição Pereira, que abertamente nos falou dos casos que com mais frequência chegam ao distrito de Setúbal. Preocupada com a violência conjugal, Conceição Pereira referiu que este tipo de violência não escolhe classes sociais, mas que os agressores pertencentes a uma classe social mais abastada, acabam por ser bem mais “requintados e perversos, pois sabem muito bem até onde é que podem chegar“. Conceição Pereira acrescentou ainda que: “Quando as pessoas chegam aqui, já vêm com vontade de apresentar queixa ou de iniciar um processo de divórcio e querem ser elucidadas.“.

Ser vítima de violência é sempre uma situação constrangedora. Há quem chegue à APAV e conte tudo de uma só vez por não suportar mais a situação, mas há ainda aquelas pessoas que a única coisa que conseguem fazer é chorar. O primeiro passo deve ser, saber ouvir a pessoa atentamente e compreendê-la muito bem. De seguida, é fundamental perceber-se se o problema é de cariz psicológico, social ou jurídico. Todavia, os casos de violência conjugal, abrangem quase todos estes parâmetros.

A APAV promove a realização de acções de prevenção com projectos de animação sócio-cultural, nas escolas primárias e nas escolas secundárias, o tema da violência doméstica é levado para ser debatido pelos alunos. O importante é sensibilizar as pessoas, para o grave problema que é a violência. Todo este processo de auxílio, implica uma estrutura de interligação entre várias instituições e entidades, para que o trabalho seja realizado de maneira abrangente e total.

As vitimas são normalmente mulheres, ainda que as crianças também sejam alvo de violência física ou psicológica, quando são obrigadas a assistir a maus tratos. A faixa etária das vítimas é relativa mas, normalmente vai dos 25 aos 35 anos, passando por todas as classes sociais, ainda que a predominância vá para a classe baixa ou média.

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Confrontada com o perfil dos agressores, Conceição Pereira conta que: “Normalmente, são pessoas que quando eram novas também eram mal tratados mas, isso não é desculpa. A este aspecto junta-se o problema do alcoolismo, da toxicodependência e da própria mentalidade que, por vezes, encara a mulher ainda como um objecto e como propriedade do marido“.

Desde casos de agressões com facas, pontapés ou murros, tudo já passou pela APAV.

Ainda que garantam a confidencialidade dos serviços, em certas ocasiões entram em contacto com o agressor quando a vítima assim o solicita. Mas, as reacções variam bastante: “Existem os agressores que ficam muito assustados, porque agora o problema também já passou para mais pessoas e os que, ficam muito revoltados. Neste último caso a situação pode piorar, ficando o agressor muito mais violento“, refere Conceição Pereira.

Não só as mulheres e crianças, são vítimas de violência. Existem homens e homossexuais, que são agredidos em casa e pela sociedade. Os primeiros são agredidos pela mulher ou sogra e os segundos, sofrem todo o tipo de pressão, agressões verbais e chantagem protagonizadas pela mentalidade, ainda pouco aberta da nossa sociedade. A APAV já prestou auxilio a um número vasto de pessoas, por todo o país. Actualmente, possuem cerca de 10 gabinetes mas, está já em curso a abertura de mais um gabinete no Alentejo.

O problema da violência não é um problema urbano ou rural, mas sim uma grave mancha negra que chega a todos os pontos do país e da sociedade. Acabar de vez com esta vaga de agressões parece quase uma utopia, pois há sempre alguém que sozinho, chora lágrimas de silêncio quando o peso da palavra ou do objecto abafa o seu corpo. Se é essa a sua situação ou se conhece algum caso nestas características, procure a APAV. Basta ligar ou dirigir-se ao gabinete mais próximo de si porque nesta situação, o silêncio não vale ouro…

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