A terapêutica HAART para diminuir a depressão e o VIH

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A terapêutica HAART para diminuir a depressão e o VIH
A terapêutica HAART para diminuir a depressão e o VIH
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Desde a introdução da terapêutica HAART (terapêutica anti-retroviral altamente eficaz), as pessoas seropositivas vivem mais tempo, com mais saúde e qualidade de vida. A terapêutica HAART diminuiu os casos de demência relacionados com o VIH e as alterações da memória, mas as pes- soas que vivem com o VIH são desproporcionadamente afectadas pela depressão (22% a 32%) e por uma série de outras alterações psiquiátricas.

Para além de diminuir a qualidade de vida da pessoa seropositiva, o estado depressivo afecta a motivação para os cuidados de saúde, afecta negati- vamente a evolução clfnica e diminui a adesão à terapêutica anti-retroviral.

Depressão

A depressão é diferente da tristeza comum, que apenas dura alguns dias e permite continuar a vida normalmente. A depressão não permite que a pessoa tenha a sua vida normal. As actividades que se faziam com prazer já não motivam e a pessoa é incapaz de se recompor daquele estado deprimido.

A sintomatologia da depressão inclui: tristeza ou ansiedade persistente, perda de esperança, incapacidade de se ajudar, diminuição da auto-estima, pessimismo, culpa, falta de interesse em actividades que eram agradáveis (sexo incluído), fadiga, dificuldade de Concentração e de tomar decisões, falta de memória, insónias ou aumento do número das horas de sono, perda de apetite e de peso ou aumento da vontade de comer e de peso, pensamentos suicidas e sobre a morte, e, mesmo, tentativa de suicídio.

Distimia

A distimia (perturbação do humor) é uma forma menos severa de depressão. Consiste em sintomas crónicos que duram muito tempo e que não permi- tem que a pessoa se sinta bem ou que sinta que funciona normalmente. Periodicamente, estas pessoas apresentam sintomas de depressão típica, mas que, após algum tempo, aliviam.

Doença bipolar – Maníaco-depressivos

Menos frequente que outras formas de depressão, a doença bipolar é caracterizada por ciclos de humor alternados, em que a pessoa ora se sente deprimida, ora se sente hiperactiva e maníaca.

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Tratamento da depressão

Nos casos de depressão, pode ser necessário a prescrição de medicamentos antidepressivos. O antidepressivo mais difundido pelo mundo é a fluoxetina (Prozac@, Digassim@). E importante salientar que os antidepressivos não fazem efeito nas primeiras tomas.

As melhoras começam a surgir a partir das duas semanas de tratamento, sendo importante não deixar de tomar o medicamento por se pensar que não está a fazer efeito. No mínimo, este tipo de tratamento deve durar cerca de seis meses. sendo também importante que a pessoa não interrompa a medicação por achar que já não se sente deprimida.

Entre os efeitos secundários mais frequentes encontram-se: dores de cabeça, diarreia. insónias e náuseas. Após algumas semanas de tratamento, estes efeitos indesejáveis desaparecem. Impotência e ejaculação retardada podem ocorrer (10 -20 % dos casos) e desaparecem apenas quando se interrompe ou termina o tratamento.

Interações medicamentosas

A terapêutica anti-retroviral, especialmente os Inibidores da Protease. podem interagir com os medicamentos para as alterações do humor e para a ansiedade.

As doses de antidepressivo (fluoxetina) podem ter de ser diminuídas para metade ou para 2/3 na fase inicial, e de ser aumentadas conforme a necessidade específica de cada indivíduo.

O papel da HAART

Desde a introdução da HAART, em 1996, a incidência e severidade das infecções oportunistas diminuíram drasticamente, aumentando a esperança de vida.

Nos tempos anteriores à HAART, a demência ocorria em cerca de 7% das pessoas com SIDA. Esta percentagem diminuiu, assim como a frequência dos epis6dios maníacos e suicidas. A HMRT ajuda a manter um bom funcionamento psicológico. Pessoas tratadas com HMRT melhoraram a fluência verbal, o processamento da informação e a velocidade psicomotora enquanto que outras pessoas não tratadas com HAART pioraram ao longo do tempo.

Qual é o papel da testosterona?

A testosterona tem sido avaliada pela sua eficácia no alívio de sintomas como a diminuição da libido, depressão, falta de energia e a diminuição da massa muscular em doentes com SIDA. Mas muitos estudos têm ainda de ser feitos para que possa ser administrada nos casos de depressão. O efeito colateral mais preocupante é a exacerbação do cancro da próstata.

Conclusões:

  • Pessoas seropositivas têm maior tendência para a depressão do que a população em geral.
  • Existem várias abordagens psicológicas para o tratamento de depressão.
  • Têm sido estudados antidepressivos que são eficazes em pessoas seropositivas.
  • A ocorrência da demência associada ao VIH diminuiu com a HAART.
  • A HAART é eficaz na melhoria do desempenho neurocognitivo.
  • Terapias com testosterona requerem mais estudos.
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