A Doença de Crohn é um problema crónico do intestino que tem tendência a apresentar graves consequências futuras.
Doença de Crohn
A Doença de Crohn é uma disfunção crónica do intestino que costuma aparecer em pessoas de ambos os sexos, e cuja maior probabilidade de manifestação da doença ocorre na parte final da infância e na adolescência. A doença causa inflamação do tracto gastrointestinal, o que pode resultar em diarreia, febre, dores abdominais e perda de peso.
Para percebermos melhor as consequências do problema basta saber que em cerca de 30% dos doentes a Doença de Crohn causa fístulas. Estas fístulas são aberturas na parede do intestino que se estendem até aos órgãos mais próximos ou através da superfície da pele.
“O tratamento periódico com o anticorpo biotecnológico monoclonal Infliximab pode prolongar a remissão em doentes com Doença de Crohn moderada a grave” – foi a revelação feita por uma equipa de estudo multicêntrica, na reunião “Digestive Disease Week”, em Atlanta.
“Esta é a primeira terapêutica que realmente permite controlar a doença ao longo do tempo, em vez de se proceder ao tratamento quando do aparecimento dos sintomas”- afirmou o investigador principal Prof. Stephen Hanauer, Professor de Medicina na Universidade de Chicago e Director do estudo.
“O tratamento de manutenção com Infliximab fez decrescer a actividade da doença, prevenindo manifestações agudas da doença e levando os doentes a reduzir ou, em muitos casos, a eliminar completamente o uso de esteróides.”- adiantou ainda.
De acordo com dados apresentados pela Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI), a doença inflamatória do intestino, Doença de Crohn, afecta hoje em dia cerca de 10 mil portugueses. Esta patologia é hoje considerada a segunda doença inflamatória crónica de causa desconhecida mais frequente nos países industrializados.
Os corticosteroides têm sido a terapêutica de primeira linha para doentes com a Doença de Crohn moderada a grave. No entanto, doentes que utilizam esteróides de forma prolongada, sofrem muitas vezes um vasto leque de efeitos secundários, que inclui osteoporose, diabetes, insónias, alterações de humor e possível dependência. “Seria muito importante para os doentes se existissem alternativas aos esteróides ou melhores formas de reduzir a dose de esteróides”- segundo o Prof. Hanauer.
Infliximab é um anticorpo monoclonal que bloqueia a actividade do mediador chave da inflamação denominado de factor de necrose tumoral (TNF-alfa). A sobreprodução de TNF-alfa leva à inflamação em condições como aquelas que se verificam na Doença de Crohn, Artrite Reumatóide, e outras doenças autoimunes.
Crê-se que o Infliximab reduz a inflamação em doentes com a Doença de Crohn unindo-se e neutralizando o TNF-alfa.
