As terapêuticas hormonais de compensação são vantajosos e extremamente eficazes no tratamento dos sintomas mais frequentes da menopausa.
Terapêuticas hormonais de compensação são realmente vantajosas
De acordo com o Dr. Neves-e-Castro, médico ginecologista e endocrinologista, Vice-Presidente da Sociedade Europeia da Menopausa e Andropausa (EMAS), e o Dr. Mário de Sousa, médico ginecologista, Presidente da Sociedade Portuguesa de Menopausa (SPM) e Director Clínico do Hospital do Terço (Porto), não existem razões de alarme para as mulheres relativamente à Terapêutica Hormonal de Compensação (THC).
Segundo estes médicos, “uma má interpretação dos resultados parciais do estudo Women’s Health Initiative (WHI), ainda a decorrer, está na origem de uma onda alarmista totalmente injustificada”. Esta foi a principal conclusão do encontro realizado no dia 15 de Outubro, no Hotel Sheraton em Lisboa, com o objectivo de sensibilizar a opinião pública e as mulheres para os benefícios da THC.
Ainda segundo estes clínicos, “as conclusões deste estudo não têm grande relevância para a prática clínica, se bem que causem alarme nos espíritos menos informados”. Este falso problema terá sido criado pela confusão matemática entre o significado de risco absoluto (referente ao número de mulheres afectadas) e de risco relativo (referente apenas às variações observadas no risco absoluto).
Por exemplo, um aumento de 26% citado no presente estudo refere-se ao risco relativo e não significa de forma nenhuma que 26% das mulheres sejam afetadas! Aliás, segundo os próprios investigadores do estudo WHI, os citados riscos relativos referem-se apenas à população em geral e não a cada mulher individualmente que terá apenas um risco acrescido inferior a 0,1%/ano.
Concluiu-se, portanto, que “os tratamentos hormonais de compensação são vantajosos e extremamente eficazes no tratamento dos sintomas mais frequentes da menopausa, como afrontamentos, suores nocturnos, humor depressivo, insónia, dificuldades sexuais, o que se traduz numa nítida melhoria da qualidade de vida. Além disso, são também eficazes na prevenção primária de doenças cardiovasculares e osteoporose”.