Ao longo dos seus mais de 50 anos de existência, a Liga Portuguesa dos Deficientes Motores não tem parado, procurando sempre ir mais longe e acompanhar as mudanças sociais e a evolução na área da reabilitação.
Liga Portuguesa dos Deficientes Motores
Era uma vez, um grupo de pais e de especialistas que se juntaram e tiveram uma ideia… Assim podia, muito bem, começar a história da Liga Portuguesa dos Deficientes Motores (LPDM).
Esta ideia de criar uma instituição de apoio a crianças, jovens e adultos com deficiência motora surgiu em 1952. Passados 4 anos foram aprovados, em Diário da República, os Estatutos da Liga. Estávamos no dia 16 de Abril de 1956…
Ao longo dos seus mais de 40 anos de existência, a Liga não tem parado, procurando sempre ir mais longe e acompanhar as mudanças sociais e a evolução na área da reabilitação.
Hoje, esta instituição privada de solidariedade social gosta de ser conhecida como um Centro de Recursos Sociais, cuja principal missão é chegar áqueles que se encontram em situação desfavorecida, quer sejam pessoas com deficiência ou não.
Inserindo-se em zonas onde a falta das necessidades mais básicas é notória (Chelas e Ajuda), a Liga procura chamar a si crianças, jovens, idosos, enfim toda a comunidade que a envolve. Em troca oferece, entre outras coisas, apoio ao nível dos cuidados de saúde e ocupação dos tempos livres das crianças e jovens.
Mas há mais…
Actividades desportivas, ateliers de artes plásticas, um clube jovem e sénior, jardim de infância, Ludoteca, Centro de Documentação e Investigação, Departamento de Audiovisuais, etc. são apenas algumas das muitas actividades e serviços desenvolvidos pela Liga.
Um dos trabalhos dos alunos
Contribuir para que as pessoas com deficiência levem uma vida o mais independente possível, é o seu grande objectivo. Para isso, esta dispõe de três estruturas muito importantes:
- um Centro de Recursos para a Vida Autónoma, o qual procura avaliar as necessidades das pessoas e encontrar a solução mais adequada, informando das tecnologias de apoio existentes;
- a Casa Aberta que, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, tenta anular todas as barreiras arquitectónicas no acesso e na utilização das habitações. A funcionar há cerca de 5 anos, este programa encarrega-se, por exemplo, da construção de rampas em escadas, na adequação da casa-de-banho ou cozinha, no alargamento de vãos de escadas ou na construção de zonas de exercício para fisioterapia;
- um serviço de agência de emprego (OED), com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e do Instituto do Emprego e da Formação Profissional, cujo o objectivo é promover a integração das pessoas com deficiência no mercado de trabalho, bem como colaborar com as empresas, apoiando-as no que for preciso.
Mas, por detrás de todo este trabalho, houve muito que fazer…
Outras das áreas em que a Liga aposta com força é no desenvolvimento pessoal e social das pessoas com deficiência. Para que tal seja possível, uma série de actividades são desenvolvidas, nomedamente ao nível da saúde e reabilitação, da educação e integração escolar, da arte, do desporto e recriação, da inserção social e da intervenção económica.
Desenvolver todas as vertentes da natureza humana é o essencial. Importante são também as actividades ao nível da formação e qualificação profissional, desenvolvidas com o apoio do Estado Português que concede subsídios de transporte, de alimentação e de formação.
A Escola de Produção e Formação Profissional acolhe, anualmente, cerca de 100 formandos, entre eles pessoas com deficiência ou em situação de desvantagem social.
Os jovens são, neste caso, sujeitos a uma avaliação para se conhecer o seu perfil profissional sendo, de seguida, encaminhados para as áreas que melhor se adequam às aptidões demonstradas.
O interesse na inovação está também na origem da necessidade de investir na área da investigação e da formação de profissionais. Desta maneira, a Liga possui duas estruturas fundamentais: o Centro de Investigação em Desenvolvimento e Reabilitação (CIDER) e o Centro de Formação para a Inserção Social (CEFIS). Este último, por exemplo, além de estabelecer programas de formação para os colaboradores da Liga, também apresenta diagnósticos sobre a evolução dos diferentes programas que a Liga desenvolve.
E como passar a mensagem é essencial, programas de divulgação e de informação não são esquecidos… Um Centro de Documentação e Informação (CEDI), aberto a todo o público, e um Gabinete de Relações Públicas, encarregam-se disso mesmo.
Mas a Liga não se encontra só… Pelo contrário, encontra-se ligada a outras organizacões governamentais e não-governamentais. A nível nacional, a Liga mantém contactos, entre outros, com a Associação Nacional de Arte e Criatividade de e para Pessoas com Deficiência, com a Associação Portuguesa de Desporto para a Deficiência Motora, a Associação Portuguesa de Turismo para Todos, a Confederação Nacional das Associações de Famílias ou a Rede Europeia Anti-Pobreza.
Já a nível internacional, é membro da Confederação do Organismo da Família na Comunidade Europeia, da Inclusion International, Mobility International, Rehabilitation International e da Very Special Arts.
Os números dão mostra do sucesso desta instituição: cerca de 9000 utentes/ano frequentam o edifício-sede (Ajuda), 3000 utentes/ano recorrem aos seus programas, desde 1991 o programa Casa Aberta já realizou mais de uma centena de intervenções domiciliárias…
Mas a Mulher Portuguesa quis saber mais… Por isso, deslocámo-nos à sede da Liga, na Ajuda, para falar com a sua directora-executiva, a Dr. Paula Campos Pinto.