O Ministério da Saúde aprovou a comparticipação a 100% da “ribavirina”, uma substância fundamental para o tratamento e cura da Hepatite C.
A decisão da comparticipação por parte do Ministério da Saúde em relação à ribavirina era uma realidade há muito esperada. Assim, a comparticipação é justificada pelos “benefícios terapêuticos da ribavirina”, quando usada em associação com o interferão alfa 2-b.
Os doentes infectados com o vírus da Hepatite C passam a dispor gratuitamente do único tratamento que contribui para a cura efectiva desta patologia, sendo que em Portugal é a principal causa do carcinoma do fígado. Porém, os números de vítimas da Hepatite C são apenas uma estimativa e ainda não uma certeza, já que não estamos perante uma doença de declaração obrigatória.
Portanto, estima-se que ande na ordem dos 100 a 150 mil o número de infectados, número este que pode aumentar drasticamente se as entidades responsáveis procedessem a um rastreio adequado nas áreas e populações de risco. Portugal é um dos países europeus que apresenta as taxas de contaminação com Hepatite C mais elevadas da Europa, com cerca de 60 a 80% dos toxicodependentes a padecer desta doença, segundo o Observatório Europeu de Droga e Toxicodependência.
Uma das formas de transmissão da doença é precisamente a partilha de seringas ou outro material contaminado. Daí que, os toxicodependentes sejam o principal grupo de risco. No entanto, o contágio pode surgir em locais que em nada tenham a ver com a realidade dos toxicodependentes, como cabeleireiros ou esteticistas, já que basta uma gota ínfima de sangue num instrumento que não esteja devidamente desinfectado.
A promiscuidade sexual é outro dos comportamentos de risco, bem como o consumo abusivo de álcool ou ainda as transfusões de sangue, são alguns dos casos a ter em conta e que obrigam a cuidados redobrados. O verdadeiro problema é que a Hepatite C é uma doença assintomática, podendo evoluir ao longo de mais de vinte anos sem que se venha a registar nenhum sintoma até ao cancro do fígado.